O cantor pernambucano Ortinho, da banda Querosene Jacaré, muito doido no palco do Festival de Inverno de Garanhuns soltou frases de ódio contra mulheres e declarações ofensivas totalmente desastrosas: “Só respeitem mulheres grávidas, nas outras podem meter o dedo no parreco, elas querem dar. Podem meter o dedo, que todo mundo quer foder”. Segundo o cantor, tudo foi culpa da embriaguez. Mas o estrago já estava feito.
Nome relevante na cena mangue do Recife, o músico vinha construindo uma carreira além desse período efervescente da música em Pernambuco. Neste ano, decidiu retomar o Querosene Jacaré para shows comemorativos, do qual a apresentação no FIG fez parte. O episódio poderia ficar abafado se não fosse a articulação de grupos feministas contra o cantor.
O episódio aconteceu no sábado e só agora foi debatido nas redes sociais. Em sua defesa, Ortinho disse que não lembra do que falou e que bebeu demais. “Em sã consciência eu jamais incitei qual quer tipo de violência contra mulheres, atitude que inclusive repudio. Embora reconheça que minha atitude foi digna de reprovação, acho que houve uma supervalorização do fato por eu ser uma figura pública”. Pelo Facebook, o grupo da Marcha das Vadias disse que irá processar o músico e levar o caso até o Ministério Público. Tentamos entrar em contato para repercutir a notícia, mas não localizamos nenhuma responsável.
A Coordenadoria da Mulher, em Garanhuns, Eliane Simões, disse ao blog Mulher de Corpo Inteiro que vai pedir o banimento de Ortinho do FIG. “O comportamento do vocalista da banda foi ultrajante e nossa determinação é no sentido de que o mesmo seja banido para sempre do nosso Festival”. Disse ainda que vai estudar ações legais contra ele. A Fundarpe, que financia o festival, pediu desculpas ao público. “Nós da Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundarpe gostaríamos de afirmar que lamentamos a frase dita pelo músico Ortinho, durante show da banda Querosene Jacaré, no último sábado (20/7), no Palco Pop, durante o 23º Festival de Inverno de Garanhuns. Somos instituições que fomentam a diversidade e o respeito às pessoas, pensando sempre numa programação que promova a paz, a comunhão e a arte”. Veja a declaração completa.
Lembra, no entanto, que jamais pensou em controlar ou censurar previamente qualquer show. “Confiamos na programação de qualidade que construímos ano a ano, e naqueles que sobem ao palco do FIG ou de qualquer outro festival promovido pelo Governo de Pernambuco.” [Com informações do Play, Mulher de Corpo Inteiro]