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Foto: AFP Português/Divulgação.

Cacá Diegues foi nome essencial do Cinema Novo e nos legou clássicos como “Xica da Silva” e “Bye Bye Brasil”

Morte do cineasta aos 84 anos gera comoção entre artistas e autoridades

O cineasta Cacá Diegues, um dos principais nomes do Cinema Novo no Brasil, morreu na madrugada desta sexta-feira (14), aos 84 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações cirúrgicas. A notícia gerou grande comoção entre artistas, cineastas e autoridades, que destacaram a importância de sua obra para o cinema nacional.

Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió, em 19 de maio de 1940, e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na infância. Sua trajetória foi marcada pelo engajamento cultural e político, que influenciou diretamente sua carreira no audiovisual. Ao longo de sua trajetória, dirigiu mais de 20 filmes, incluindo Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980), Tieta do Agreste (1995) e Deus é Brasileiro (2003). Em 2016, sua obra foi homenageada no Carnaval pela escola de samba Inocentes de Belford Roxo. Ele também integrava a Academia Brasileira de Letras (ABL).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu um comunicado oficial lamentando o falecimento do cineasta e destacando sua contribuição para a cultura brasileira. “Recebi com muito pesar a notícia do falecimento de Cacá Diegues, que durante sua vida levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo. Ganga Zumba, Xica da Silva, Bye, bye Brasil, e, mais recentemente, Deus é Brasileiro mostram muito bem nossa história, nosso jeito de ser, nossa criatividade. E representam a luta de nosso cinema, que sempre se reergueu quando tentaram derrubá-lo. Meus sentimentos aos familiares, colegas e fãs do grande Cacá Diegues”, declarou o presidente.

Nas redes sociais, personalidades do meio artístico também prestaram homenagens. O ator José de Abreu compartilhou uma lembrança ao lado do cineasta durante a campanha de divulgação de O Grande Circo Místico para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. “Em Los Angeles, divulgando para a Academia O Grande Circo Místico: Renata Almeida Magalhães, Afonso Beato, Vicente Amorim, e eu. Ao centro, o grande Cacá Diegues, que nos deixa hoje”, escreveu. O ator também desejou que Diegues “descanse em paz”.

A atriz e autora Lúcia Veríssimo destacou o impacto da obra do cineasta em sua vida. “Bye, Bye, Brasil foi um marco na minha paixão pelo cinema e me abriu o Brasil profundo de forma inimaginável. Foi a partir desse filme que meu interesse em olhar esse País a partir de suas entranhas e de seus personagens, que foram retratados magistralmente pelo olhar de Cacá Diegues e na música de Chico Buarque”. Ela ainda ressaltou a perda para a cultura nacional. “Lamento profundamente que saia de cena o último representante do Cinema Novo. Perde a cultura, perde o País e perdemos nós brasileiros”, finalizou.

Outras homenagens vieram da escritora Rosana Hermann, que afirmou: “Que os deuses o recebam com as merecidas honras”, e da autora de novelas Glória Perez, que declarou: “Dia triste para o nosso cinema”.

A morte de Cacá Diegues representa a despedida de um dos principais nomes do cinema nacional, cujo legado permanece na história do audiovisual brasileiro.