O Observatório Cultural Torre Malakoff, equipamento localizado no Bairro do Recife e gerido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), realiza nesta quarta-feira (18), às 19h, a abertura da exposição coletiva Observa 3. A mostra reúne trabalhos de cinco artistas visuais selecionados por meio de edital público e estará distribuída entre o térreo e o primeiro andar do prédio histórico, com entrada gratuita.
Participam da exposição os artistas Ana Neves, com a mostra Tropical Trópico: aqui tudo derrete; Geoneide Brandão, com Entre nós todo o indizível se faz presente; Ícaro Galvão, com Encontros Monumentais; Luciana Borre, com ?Toda vez que me perco de mim?; e Paulo Oliveira Quacula, com obras de seu acervo.
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A presidente da Fundarpe, Renata Borba, destacou a importância da iniciativa para o fomento às artes visuais em Pernambuco. “A exposição Observa 3 é mais uma ação do Governo de Pernambuco, através de um equipamento gerido pela Fundarpe, em prol da valorização cultural do Estado, promovendo a fruição do setor das artes visuais e destacando novos talentos. O Observatório Cultural Torre Malakoff é um espaço voltado para evidenciar os nossos artistas e também atuar fortemente na formação de plateias. A nossa intenção é manter abertos os equipamentos culturais do Estado para o usufruto de todos os artistas pernambucanos”, afirmou.
Para Carol Chaves Madureira, que integra a equipe do Observatório Cultural Torre Malakoff, a mostra reafirma o compromisso do espaço com a democratização do acesso à arte. “Essa exposição coletiva é um super fomento do Governo para novos artistas, complementando essa grande força para a arte contemporânea. A gente se preocupa muito em fazer uma educação do olhar aqui na Torre Malakoff, então é muito importante que dentro do Estado tenha um espaço que a gente possa oportunizar que artistas novos sejam exibidos na cena para que o público tenha acesso a eles de maneira gratuita”, disse.

No térreo, o público poderá conferir Encontros Monumentais, de Ícaro Galvão. A mostra reúne nove obras produzidas com a técnica da cianotipia, artesanalmente tonalizadas com infusões de vegetais. As imagens foram captadas em formações rochosas localizadas em Sirinhaém e Brejo da Madre de Deus. A proposta do artista é provocar um deslocamento simbólico do olhar – do céu à terra, da observação científica à experiência sensível. O trabalho será acompanhado de um texto crítico inédito da historiadora Joana D’Arc Lima e contará com visita mediada e oficina de cianotipia para o público.
No primeiro andar, Ana Neves apresenta sua primeira exposição individual, Tropical Trópico: aqui tudo derrete, composta por oito obras inéditas entre pinturas, textos e desenhos. A proposta visual investiga os deslocamentos de corpos e territórios, propondo um olhar sobre as transformações em geografias periféricas e racializadas do Sul Global. A curadoria é de Walter Arcela.
Também no primeiro andar, o artista Geoneide Brandão, natural de Ouro Branco (AL), exibe Entre nós todo o indizível se faz presente. A mostra reúne pinturas iniciadas em 2020, atravessadas por questões de afeto, desejo dissidente, gênero, sexualidade e deslocamento. A partir de sua vivência como pessoa não binária do sertão alagoano, o artista propõe uma releitura crítica da tradição pictórica ocidental, como na obra As três desgraças, que reinterpreta figuras clássicas sob uma ótica queer.
A artista Luciana Borre apresenta ?Toda vez que me perco de mim?, um conjunto de obras têxteis, vídeos e livro/objeto produzidos durante o isolamento social da pandemia. O trabalho explora o autoconhecimento e os afetos por meio da materialidade têxtil, resultado de um processo introspectivo e coletivo. A exposição se baseia no livro Bordando Afetos na Formação Docente (2020), de autoria da própria artista.
Fechando a coletiva, o escultor Paulo Oliveira Quacula, natural de Moreno (PE), apresenta parte de seu acervo composto por esculturas em madeira (como raiz de mangue, imburana e casca de cajá) coletadas fora de práticas extrativistas. Com mais de 30 anos de trajetória artística, o artista atualmente vive na Praia de Suape, e desenvolve uma pesquisa centrada nas relações entre natureza e cultura, atravessadas por temas como mar, tempo, deslocamento e sonhos.
Serviço:
Exposição coletiva Observa 3
Local: Observatório Cultural Torre Malakoff
Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº – Bairro do Recife, Recife (PE)
Abertura: Quarta-feira, 18 de junho, às 19h
Visitação: Terça a sexta-feira, das 10h às 17h | Domingos, das 15h30 às 19h
Informações: (81) 3184-3180 | torre.malakoff@gmail.com
Entrada gratuita