Maurício de Sousa perde a vaga da Academia Brasileira de Letras para Ricardo Cavaliere

O criador da Turma da Mônica acumulou apoiadores e detratores durante a campanha de sua candidatura

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Maurício de Sousa concorreu a uma vaga na ABL e levantou o debate sobre o papel do quadrinho na cultura brasileira. (Foto: Lailson dos Santos/Divulgação.)

Não foi desta vez que o quadrinho brasileiro conquistou mais um marco importante. O quadrinista Maurício de Sousa perdeu a vaga na Academia Brasileira de Letras para o filólogo Ricardo Cavaliere, de 69 anos. O anúncio foi feito na tarde desta quinta (27).

Cavaliere constava como um dos favoritos antes mesmo de Maurício de Sousa apresentar sua candidatura, em março. A nova vaga substitui a professora Cleonice Berardinelli, que morreu em janeiro. Ele conquistou 35 votos, enquanto Sousa apenas dois.

Ricardo Cavaliere é doutor em língua portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor aposentado da Universidade Federal Fluminense. É um dos maiores especialistas em letras e linguística do país.

Maurício de Sousa é um dos nomes mais importantes dos quadrinhos brasileiros e é criador da Turma da Mônica, a mais famosa série de HQ do país. Além do valor de seus personagens para a cultura popular nacional, ele é muito associado ao incentivo à leitura, uma vez que é porta de entrada para milhões de crianças que estão aprendendo a ler.

Desde que anunciou sua candidatura, Maurício de Sousa acumulou apoiadores e críticos ferrenhos. Entre os nomes que estavam ao seu lado estavam a imortal da ABL e atriz Fernanda Montenegro e o escritor Paulo Coelho.James Akel, que também concorria à vaga, criou polêmica ao dizer que quadrinhos não eram literatura e que o Pai da Mônica tinha pouco a acrescentar à Academia.

Maurício de Sousa respondeu afirmando que os quadrinhos “são revolucionários e que ficam entre a literatura e as artes gráficas”.

Além de Maurício de Sousa, Ricardo Cavaliere e Akel ainda concorriam à vaga os escritores Elois Angelos D’Arachosia, James Akel e Joaquim Branco e o advogado José Alberto Couto Maciel. Os imortais votaram em urnas eletrônicas emprestadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.