O romance Cantagalo, da autora mineira Fernanda Teixeira Ribeiro, é ambientado no início do século XX e narra a história de uma família marcada por um casamento arranjado entre uma herdeira branca de uma fazenda de café e o filho de uma escravizada com um homem branco. A partir desse ponto, a obra se debruça sobre as vidas das mulheres que habitam o cafezal e seus arredores, abordando as feridas sociais e psíquicas deixadas pela escravidão e pelo patriarcado no Brasil pós-abolição.
- Leia também: “Existe um Homem Selvagem”, de Hugo Dubeux, lida com dilemas da masculinidade contemporânea
A narrativa, construída de forma não-linear, explora os desdobramentos históricos e pessoais dos personagens, destacando a condição feminina e os desafios impostos pela estrutura social da época. No centro da história está Dona Praxedes, viúva e única mulher a liderar uma fazenda de café no Alto Paranaíba, Minas Gerais.
Temida por seus empregados e vista como arrogante pela família, Praxedes guarda um segredo que conecta as tramas do passado e do presente, criando uma alegoria sobre o Brasil e suas desigualdades.
Com essa obra, Fernanda Teixeira Ribeiro se tornou a primeira mulher a vencer o Prêmio Revelação Literária UCCLA-CMLisboa – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, concedido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e pela Câmara Municipal de Lisboa. A autora, natural de Uberaba (MG), é pesquisadora na área de neurobiologia das emoções, além de jornalista e editora de ciência.
Cantagalo já pode ser adquirido no site oficial da Editora Todavia.