Esta reportagem faz parte da série “Antes do Orgulho“, que aborda a complexa representação LGBTQIA+ nos jornais do Recife. Acompanhe as outras reportagens da série:
+ Travestis no Carnaval: A luta vã por um Baile dos Enxutos
+ Dois pesos e duas medidas: jornais celebram as “Virgens”
+ Nem o Rei Momo escapou da homofobia
Parte 1: + “Anormais” – a homofobia na crônica policial do Recife
A cobertura do Carnaval sempre ocupou um lugar de destaque nos jornais recifenses. Mas, nas décadas de 1960 e 1970 essa cobertura foi marcada por um embate sem fim entre as hostes conservadoras e reacionárias e os grupos sociais que não engoliam a hipocrisia dos defensores da moral e dos bons costumes. Esse último grupo era diverso e heterogêneo, mas tinha nas bichas e travestis os seus representantes mais ousados quando se tratava de questões de comportamento. Por isso mesmo, além dos opositores políticos ao regime militar, eles foram os mais perseguidos e reprimidos pelas ditas forças da ordem pública.
Acompanhando o que foi publicado nos jornais percebemos que esse confronto se tornou mais exacerbado na década de 1970 e interferiu diretamente na forma como as pessoas se divertiam e brincavam o carnaval, sobretudo as classes populares. Conservadores e porta-vozes das elites, os principais veículos de comunicação do Estado não questionavam as medidas anunciadas e executadas. E o noticiário, salvo algumas raras ocasiões, era quase uma prestação de contas do que as autoridades policiais estavam realizando na presumida defesa da lei e da ordem. Só aos poucos algumas vozes foram se insurgindo, quando a repressão começou a empanar o brilho e a alegria do Carnaval.
Sobre o tema há trabalhos interessantes realizados por historiadores pernambucanos como a dissertação de Sandro José da Silva Quando ser gay era uma novidade: aspectos da homossexualidade masculina na cidade do Recife na década de 1970, defendida no Programa de Pós-graduação Mestrado em História, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, e o capítulo Corpos reprimidos: a perseguição às travestis no Carnaval do Recife (1960-1970), de Rosana Maria dos Santos (UFRPE) e Rafael Cipriano de Souza (UFPE), incluído no livro Inovação e gênero: em busca de um mundo inclusivo.
Contudo, a exemplo da primeira reportagem documental desta série, nosso interesse aqui é ver, a partir das matérias e opiniões publicadas, sobretudo no Diario de Pernambuco, mas também no Jornal do Commercio e Diario da Noite, qual foi o papel e lugar da imprensa nessas ações do poder público nos festejos carnavalescos contra os homossexuais e as travestis e como isso repercutiu em outras instâncias sociais a exemplo das agremiações carnavalescas.
“Travestis proibidas de brincar o Carnaval”
Polícia e presidentes de agremiações carnavalescas, muitas vezes com apoio da imprensa, interditavam a participação de homossexuais nos festejos de Momo
As formas de brincar o carnaval no Recife eram bem estratificadas. As elites se divertiam nos bailes promovidos pelos clubes sociais como o Internacional, o Português, o Cabanga, entre outros; já a classe média menos abastada desfilava nos blocos e clubes que saiam às ruas com cordões de isolamento e as camadas populares vinham atrás das agremiações, acompanhando as orquestras. As moças e senhoras “de família” só frequentavam os dois primeiros grupos. No vuco-vuco do asfalto predominava a presença masculina, mulheres consideradas de má fama e as travestis, que aproveitavam a oportunidade de maior liberdade para saírem em plena luz do dia fantasiadas ou vestidas em seus trajes femininos usuais.
Por ser uma festa popular, os governantes sempre estabeleceram uma relação ambígua com o carnaval por saberem do seu potencial como elemento de integração social através do divertimento. Ao mesmo tempo, porém, temiam os excessos que podiam ser cometidos pela multidão que tomava as ruas durante a folia e as consequências políticas daí advindas. É essa combinação de fatores que levou as autoridades a estabelecerem mecanismos de controle e vigilância para o carnaval do Recife.
Assim, todos os anos a Secretaria de Segurança Pública baixava portarias determinando o que era proibido ou não, medidas essas divulgadas em todos os jornais. Elas versavam sobre o uso de psicotrópicos como maconha, lança-perfume, o escape livre pelos automóveis e proibiam vestimentas consideradas atentado ao pudor como biquíni ou tanga.
Essa vigilância nos anos 1960 e 1970 foi ficando cada vez mais dura e violenta, seguindo o estado repressivo instalado pelos militares no poder em 1964. Mais uma vez homossexuais e travestis foram vítimas da intolerância, sobretudo pela rebeldia em relação aos costumes. O resultado deste ambiente sombrio pode ser avaliado nos meios de comunicação, onde secretários de segurança, delegados de costumes, policiais e fiscais da moral ganhavam ainda mais espaço para anunciar as suas decisões.
Vale aqui remarcar que os jornais viviam sob censura e nem todos os jornalistas desses veículos eram coniventes com as forças de repressão. É que, diferentemente dos casos policiais do dia a dia, nesse âmbito dos festejos públicos a vigilância ganhava contornos políticos e ideológicos e criticar o aparelho policial pelas suas ações poderia ser interpretado como oposição ao regime com consequências imprevisíveis. Por outro lado, esse estado de coisas nos leva a ter certeza de quais eram os repórteres favoráveis à repressão, pois eles continuavam noticiando os casos envolvendo esse grupo social com o discurso discriminatório usual.
Agremiações
A perseguição da polícia às travestis durante o Carnaval, em verdade, já acontecia regularmente e os jornais noticiavam esses casos como “atentados aos bons costumes” como podemos ver numa foto-legenda publicada no Diario de Pernambuco no Carnaval de 1967 com a descrição usual dessas ocorrências: “De mãos nos quadris e dando pulinhos e gritinhos histéricos, ‘Grismônia’ como é conhecido o travesti da foto, permaneceu presa por quatro horas na Secretaria de Segurança Pública protestando a sua prisão. É que momentos antes, quando desfilava pelas ruas da cidade, com bamboleio cadenciado e usando vestes femininas, desejo que somente pode satisfazer durante o Carnaval, foi preso por policiais quando jogava talco e extravasava seus recalques”.
O cerceamento à liberdade dos homossexuais e travestis também se manifestou nas agremiações carnavalescas. Já em meados da década de 1960, notícias nos jornais davam conta de alguns dirigentes de blocos, clubes, troças se posicionando sobre a presença das travestis nos desfiles. O presidente do Batutas de São José, por exemplo, em 1968, declarou ao Diario da Noite que não permitiria travestis no seu bloco: “Todo nosso empenho está voltado para a moralização e não vamos render homenagem com homem se remexendo vestido de mulher (…) Sou a favor que esses elementos sejam presos para o bem da moral e da tradição”.
Já o dirigente do Maracatu Indiano ao contestar a segunda colocação obtida no desfile de 1969 enviou carta a comissão julgadora do Carnaval, publicada no Diario de Pernambuco, onde afirmava que o Maracatu Leão Coroado não poderia ser classificado em primeiro lugar, pois havia infringido as tradições folclóricas. Dentre elas, o fato do concorrente “conduzir em seu séquito figuras de travestis, estranhas à tradição”.
Essa, porém, não era a opinião geral. Embora no bloco Madeiras do Rosarinho as travestis também tenham sofrido críticas, outros dirigentes – a exemplo dos presidentes do Amantes das Flores e Inocentes do Rosarinho – se posicionaram contra a declaração do presidente do Batutas. Segundo eles, as travestis confeccionavam suas fantasias e colaboravam financeiramente com as agremiações.
E, pela primeira vez, representantes da imprensa saíam em defesa delas. O presidente da Associação dos Cronistas Carnavalescos do Recife Aristeu Plácido disse no Jornal do Commercio que “a presença dos travestis não descaracteriza o tradicional carnaval pernambucano, pois desde muitos anos eles se apresentam à frente de seus clubes e são na verdade aqueles que mais trabalham pela boa apresentação das agremiações”.
A então Comissão Organizadora do Carnaval (COC), responsável pelo gerenciamento dos festejos de Momo no Recife, também entrou no imbróglio ao apoiar medidas restritivas determinadas pelo poder público. Em 1968, o ti-ti-ti era em torno da interdição do uso de saiote pelos homens, biquínis pelas mulheres e o travesti (na época, no caso em questão, era como se definia o uso de roupas femininas por pessoas do sexo masculino). Ao participar de uma reunião da COC, o vereador Valério Rodrigues, criticou a ingerência da comissão nessas questões.
À Coluna da Cidade, do Diario de Pernambuco, Rodrigues disse que o Carnaval “é festa livre em que todos podem fazer o que lhe der na veneta, menos contrariar o pudor público”. No mesmo jornal, encontramos também a opinião do compositor de frevos Lourenço Barbosa, Capiba. Com a experiência de mais de trinta e oito carnavais, como destaca a matéria, Capiba defendia a presença da minissaia, do biquini, do saiote e dos travestis no carnaval recifense, pois para ele tudo eram coisas “da época em que vivemos que não se detém com simples portaria baixada pelo dono do carnaval. Não se pode deter a marcha do tempo”.
Pior a cada ano
Em 1970, as medidas tomadas pelos órgãos de segurança se tornaram ainda mais arbitrárias, proibindo os homossexuais de participarem de blocos, bailes, maracatus ou qualquer outro tipo de brincadeira carnavalesca. As principais atingidas evidentemente eram as travestis, pois quem não fosse flagrado dando pinta e ficasse contido escapava da vigilância policial. A medida foi repetida nos anos seguintes e atingiu tanto o folião ou foliã brincando na rua quanto os integrantes das agremiações carnavalescas, pois alguns dirigentes voltaram a implicar com as travestis que nelas desfilavam.
A matéria “Travestis estão proibidas de brincar o Carnaval”, publicada no Diario de Pernambuco em janeiro de 1970, relata a reunião convocada pelo Secretário de Segurança Pública Coronel Gastão Barbosa Fernandes com a Polícia Militar e delegados onde foi decidido que travestis e homossexuais que fossem vistos nas ruas durante o Carnaval, mesmo “quietinhos”, seriam presos por 72 horas. A decisão era também acatada pela Polícia Federal, cujo delegado local, na mesma matéria afirmou que “seu departamento não tolerará qualquer ato que atente contra a moral e os bons costumes da sociedade”.
A medida ganhou defensores ardorosos como o jornalista Luis Cysneiros da coluna Bastidores da Política do Diario de Pernambuco. No curto artigo com o título “Parabéns, Coronel!” o colunista afirma que “o Recife estava mesmo precisando de quem se dispusesse a policiá-lo no Carnaval, particularmente, quando os abusos e as licenciosidades avultam mais”. Para justificar seu apoio, ele relata um episódio o qual teria sido testemunha no carnaval do ano anterior quando um “rapaz de boa família, bem-posto e de fino trato, se encontrava numa fila de ônibus acompanhado da noiva, quando um desses pederastas atrevidos – olhos esbugalhados, chorando maconha – o provocara com voz alta e debochada”.
A fundamentação de Cysneiros para exprimir seu apoio é emblemática de como certas pessoas ainda viam a homossexualidade: “Esse argumento que se costuma invocar, como misericordiosa atenuante, de que o homossexualismo é uma doença esquisita, permanece válido e incontestável. Acontece que os sanatórios aí estão para receber essa espécie de enfermos. Não nos consta, no entanto, que qualquer deles tenha procurado os serviços médicos especializados para atendê-los”.
O endurecimento da repressão pelas forças de segurança usando como pretexto a alegada prevenção contra perturbação da ordem que os homossexuais e travestis promoviam foi ainda maior no Carnaval do ano seguinte. Ela estava respaldada inclusive em ordem federal do Serviço de Censura Federal que proibia a apresentação de travestis nos teatros, cinemas, programas de televisão e rádio, shows de boates e espetáculos públicos.
No início de fevereiro de 1971 os jornais noticiaram as determinações do delegado de costumes Mario Tomás de Alencar para a polícia prender “homossexuais e homens normais que durante as festividades carnavalescas se pintam ou se fantasiam com indumentárias femininas”. Segundo o delegado nos carnavais anteriores, ele havia se deparado “com problemas provocados por foliões que, vestidos de mulher e com o rosto maquiado, cometeram desatinos”.
Dizendo-se “folião fanático”, o delegado afirmou que achava “até gozado os homossexuais vestidos de mulheres, fazendo evoluções ao ritmo do frevo, mas fantasias dessa espécie trazem graves problemas para a polícia e, por isso tenho dever de proibi-las”. Alencar afirmava ainda que “no Nordeste, e especialmente no Recife, um homem tem que ser macho, e o homossexual é condenado por todos” e concluía sua argumentação dizendo que “os mais ousados se fantasiam de mulher e os aborrecimentos são constantes. No final, a Polícia é que mais se prejudica” (sic).
Protestos e jeitinho
No rastro da repressão policial e da proibição do uso de trajes femininos por homossexuais, o conflito entre as travestis e as agremiações reapareceu. No Carnaval de 1974, o expurgo das travestis das agremiações se ampliou. O babalorixá Mario Miranda, ou Maria Aparecida, como era conhecida, desfilava no Clube Misto Carnavalesco Amantes das Flores e era figura conhecida do carnaval recifense, mas naquele ano foi surpreendida com a resolução da diretoria de não incluir as travestis no seu desfile.
Se quatro anos antes o Amantes das Flores defendera as travestis, desta vez, como consta em matéria publicada no Diario de Pernambuco, o presidente da entidade Estácio Leônidas Neves salientou que o clube desfilaria com 250 figuras, sendo metade do sexo frágil (sic) e a outra de homens. Ele acrescentou que a resolução em não apresentar travestis foi uma decisão unânime da diretoria empenhada em moralizar o carnaval do Recife. Os blocos Madeiras do Rosarinho, Inocentes do Rosarinho e o Clube de Frevo Vassourinhas, entre outros, seguiram o mesmo caminho.
A justificativa para a exclusão das travestis era a de sempre, que o Carnaval deveria ser moralizado e os “afeminados” seriam uma ameaça aos bons costumes. Em matéria publicada na Domingo, revista semanal do Diario de Pernambuco, o jornalista Cristovam Buarque expôs a situação com uma narrativa que, ao menos, reconhecia que “os travestis em carnavais passados tanto brilho deram aos desfiles, apresentando suas deslumbrantes fantasias emplumadas”.
O repórter descreve também uma reunião ocorrida na Comissão Promotora do Carnaval com o representante da Federação Carnavalesca Pernambucana e presidentes das entidades carnavalescas, os quais foram unânimes em manter a decisão. Segundo Buarque “o presidente da CPC, Rubem Gamboa, foi o único que ponderou, argumentando que muitos travestis são grandes carnavalescos e merecem respeito. Recebeu críticas e gozações pela ponderação”.
Inconformadas, as travestis protestavam contra as medidas, mas, ao final, apesar das proibições e portarias, acabavam arranjando um jeito de desfilarem, pois não iam perder as fantasias que passavam o ano inteiro preparando. Maria Aparecida, por exemplo, como foi relatado no balanço final do Carnaval 1974 publicado no Diario de Pernambuco, em vez de sair no Amante das Flores, desfilou no Maracatu Estrela Brilhante e foi a figura mais aplaudida na passarela; e ao passar pelo palanque oficial ainda deu um abraço no prefeito do Recife Augusto Lucena. No ano seguinte, Maria Aparecida voltou a desfilar no Amantes das Flores.
Embora os homossexuais e as travestis nunca fossem ouvidos pelos repórteres a não ser quando seus depoimentos serviam para fazer chacota, a cada ano o tema voltava às pautas dos jornais caso alguma pessoa ligada aos organismos de organização do Carnaval se insurgia contra as proibições da presença dos homossexuais nas agremiações. Em 1975, o vice-tesoureiro da Federação Carnavalesca Pernambucana Jofre de Andrade foi um deles e ganhou matéria no Diario de Pernambuco por afirmar que o “Carnaval é festa pagã, diversão sem preconceitos de raça, cor, posição social ou comportamento privado. O importante é divertir-se com entusiasmo, sem maldade e ninguém melhor que o homossexual para fazer isso”. Andrade ainda citou agremiações como os clubes Pão Duro, Lavadeiras de Areias, a escola de samba Estudantes de São José que estavam “com as portas abertas para os ‘entendidos’”.
Já perto do final da década, quando parecia que o embate havia caído no esquecimento, Belo, presidente da escola Gigantes do Samba, expulsou, em outubro de 1978, 150 travestis da tradicional agremiação da Bomba do Hemetério. Mas quem apareceu nos jornais vociferando homofobia foi o sambista e compositor Boneco de Mola. Em matéria publicada no Diario de Pernambuco, o sambista além de louvar a decisão do diretor da escola afirmou que “seria bom que o delegado de costumes examinasse todas as bonecas que desfilam, pois a maioria só vai para a avenida dopada”.
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Segundo Boneco, “70 por cento dos travestis e homossexuais não têm coragem de entrar no desfile com a cara limpa e, a fim de desbundarem e rebolarem, tomam drogas, inclusive pico”. Ele acrescentou que essa teria sido a razão para a direção não aceitar mais a presença de homossexuais na sua quadra. O sambista disse ainda que não tinha nada contra os gays até ter a sua composição desclassificada no concurso para escolher o samba-enredo de Gigantes: “O samba mais cotado para ser o samba-enredo da escola era o meu até que as bonecas fizeram uma trama e minha música nem classificada foi”.
Falsa tolerância
A posição dos jornais em todos esses anos de perseguição às travestis nas ruas e nos blocos e clubes carnavalescos não contribuía muito para uma mudança de olhar pela opinião pública. A única diferença em relação ao noticiário policial é que nas matérias sobre o carnaval, vez ou outra, se deu voz a opiniões discordantes. Todavia, mesmo quando a presença das travestis nos blocos era tolerada, o discurso denotava seu , um olhar discriminador, como podemos constatar nos comentários feitos pelo cronista social João Alberto, em sua coluna diária, sobre o desfile na passarela da Avenida Dantas Barreto da agremiação Papagaio Falador.
Depois de tecer considerações sobre a comissão de frente formada, segundo ele, “por um grupo de senhoras idosas e feias”, o relato passa a narrar o que seria “um show não esperado: um grupo de mais de cem travestis”. Diz o texto (aqui reproduzido integralmente em teor): “Os travestis os mais horrendos que se possa pensar, desdentados, velhos, cansados, uma tristeza. Eles (ou elas?) entusiasmados com a honra de desfilar na avenida no dia nobre não fizeram por menos: capricharam nos trejeitos, fecharam. Roupas femininas, maquilagem forte, tudo um verdadeiro atentado ao pudor. Acho válida a presença de um ou dois travestis numa agremiação, mas o Papagaio Falador era só de travesti. Para piorar, passaram mais de uma hora na passarela, fazendo ouvidos de mercador à sirene que pedia sua saída. Um vexame total”.
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