Ava Rocha reafirma irmandade latina em novo EP ao lado do grupo colombiano Los Toscos

ava2
Foto: Carolina Amorim.

Ava Rocha lança Sal Gruesa, novo EP em colaboração com o grupo colombiano Los Toscos, um trabalho colombo-brasileiro cantando em português e espanhol.

O disco possui duas capas realizadas por Ava: intervenções em fotos das brasileiras Ynaiê Dawson e Paola Alfamor, respectivamente.

Sal Gruesa apresenta duas músicas em espanhol, de autoria de Ava: “Caminando Sobre Huesos” e “Lloraré, Llorarás”, com instrumentação e arranjos de Los Toscos e colaboração de músicos convidados: os colombianos Camilo Barltesman e Andrés Gualdron, além dos brasileiros Negro Leo, Thomas Harres e Gabriel Mayall.

Leia mais
Ava Rocha entrelaça pop, bruxaria e feminismo em novo disco

Em novembro de 2016, Ava Rocha esteve com o Negro Leo em Bogotá, o mesmo período da votação do acordo de paz na Colômbia entre as FARC e Governo, momento que inspirou a criação das músicas. Segundo Ava, ao lidar com vida e morte, paz e guerra, as músicas “agem como bruxaria sonora e são extremamente atuais devido à sua dimensão festiva, política e espiritual.”

Com esse trabalho, a banda colombiana composta por Enrique Mendonza, Santiago Botero e Benjamin Calais continua o projeto que une Los Toscos a outros artistas, como Carmelo Torres e Tonny Malaby, com quem eles lançaram discos que precederam sua parceria com Ava.

O disco também evidencia a relação de Ava Rocha com a Colômbia, país no qual viveu durante sua adolescência e é parte fundamental de sua formação. Ava é filha da cineasta Paula Gaitán, nascida em Paris e que ainda criança retornou com os pais para Bogotá, onde cresceu.

Nesse contexto Paula Gaitán cresceu e foi ao Brasil, onde casou-se com Glauber Rocha. Anos depois, retornou para Colômbia com seus três filhos, Ava, Eryk e Maira. Ava tinha 14 anos na ocasião e lá morou até os 20 anos.

“Esse trabalho e encontro celebra, então, as raízes e influências latinas, a irmandade entre esses países latino-americanos e a originalidade de seus músicos, artistas e sons, sendo uma ação cultural apaixonada: um impulso musical libertário, ato de amor, criação e união, no intenso cenário político e planetário no qual vivemos”, diz o texto de apresentação da obra.