“A Cinemateca é brasileira”: mostra que celebra 120 anos do cinema nacional anuncia datas no Recife

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) de Glauber Rocha, Cabra Marcado Para Morrer 1984, de Eduardo Coutinho e muitos outros clássicos estarão na mostra

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Bacurau (2019) compõe lista de filmes da mostra "A Cinemateca é brasileira" (Imagem: IMDb/ Reprodução)

A mostra  “A Cinemateca é Brasileira” chega ao Recife em outubro, do dia 13 ao dia 25, com uma lista de filmes que fazem uma retrospectiva dos 120 anos de história do cinema nacional, com 18 longas-metragens em exibição, de forma gratuita, nas salas do Cinema da Fundação. Os filmes serão distribuídos entre as salas do Derby e do Museu, cada um com, pelo menos, três exibições. A lista completa está disponível nas redes sociais do Cinema da Fundaj.

A mostra faz parte do projeto “Viva Cinematica”, que visa a recuperação dos acervos e obras clássicas do cinema para uma melhor preservação dos acervos, além de proporcionar uma viabilidade na exibição das obras para os públicos mais diversos. Por isso a iniciativa dá preferência aos aparatos de cinema públicos por todo o Brasil. Além do Recife, a mostra vai passar por Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) Canaã dos Carajás (PA), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitória (ES). 

Destaques da Cinemateca

São Paulo: A Sinfonia da Metrópole (1931), de Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny, é um dos filmes mais aguardados por todo valor histórico da obra. O documentário mostra a faceta urbana e industrial que começava a surgir na cidade de São Paulo e as transformações paisagísticas e sociais. Além disso, foi o primeiro filme a ser restaurado pela Cinemateca num processo que levou quase dois anos para ser concluído.

À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins, é um filme que se converteu em clássico do cinema nacional pela criatividade e identidade própria, sendo um dos primeiros exemplares do terror nacional. A interpretação do coveiro Zé do Caixão por Mojica se perpetuou na cultura pop brasileira.

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Mojica caracterizado como o sinistro Zé do Caixão (foto: IMDb/ Reprodução)

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) de Glauber Rocha, é clássico do cinema novo brasileiro, consagrado em diversas listas dos melhores filmes do cinema nacional e traz representações das injustiças sociais, discussão dos valores e expõe os embates entre os tipos sociais no Brasil, em uma narrativa no sertão brasileiro. O filme foi a escolha do governo brasileiro para representar o país no Festival de Cannes, em 1964, e o Oscar, em 1965.

Cinemateca Brasileira: Deus e o Diabo na Terra do Sol.
Geraldo del Rey e Yoná Magalhães como os protagonistas Manuel e Rosa (foto: IMDb/ Reprodução)

Dona Flor e Seus Dois Maridos(1976), de Bruno Barreto e baseado na obra de Jorge Amado, é um marco na comédia nacional, e permaneceu como maior bilheteria do cinema brasileiro até 2010, quando foi ultrapassado por Tropa de Elite 2, já teve outras interpretações nos Estados Unidos, além de ser adaptado para o formato de série de televisão. Através desse filme que Sônia Braga ganhou projeção internacional.

Cabra Marcado Para Morrer 1984, de Eduardo Coutinho, é uma das obras mais celebradas do documentário nacional, com um narrativa preciosa e socialmente rica, além de ser uma obra que teve sua produção interrompida por razões políticas na ditadura militar e que só foi concluída 17 anos depois, já na redemocratização, acompanhando a vida da família de um líder do movimento camponês após seu assassinato.

Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, conta a história da comunidade Cidade de Deus, no Rio de Janeiro pela perspectiva das crianças que moram no morro e como suas vidas seguem diferentes caminhos ao passo que alguns entram para o crime organizado e outras lutam para permanecer fora dele. O longa estreou no Festival de Cannes.

Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho, é o filme mais novo da lista e foi um sucesso de bilheteria no Brasil. Filme de história marcante, visuais cativantes e diálogos que atravessam toda a realidade brasileira, conta a história do pequeno povoado no interior de Pernambuco que precisa se defender de invasores. Vencedor do Prêmio Júri do Festival de Cannes em 2019.

Veja a lista completa. Os horários ainda serão divulgados:

São Paulo A Sinfonia da Metrópole (1929)
Limite (1931)
Carnaval Atlântida (1952)
O Cangaceiro (1953)
Jeca Tatu (1959)
5x Favela (1962)
O Pagador de Promessas (1962)
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
À Meia Noite Levarei Sua Alma (1964)
O Bandido da Luz Vermelha (1968)
Macunaíma (1969)
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Cabra Marcado Para Morrer (1984)
Ilha das Flores (1989)
A Hora da Estrela (1985)
Central do Brasil (1998)
Cidade de Deus (2002)
Bacurau (2019)