Whitesnake | Good to be Bad

Whitesnake (Foto: Divulgação)

SEM PERDER O VENENO
Vovôs do Whitesnake lançam novo álbum em turnê que passa por quatro capitais brasileiras
Por Iúri Moreira, especial para O Grito!

WHITESNAKE
Good to be Bad
[SPV/ Steamhammer, 2008]

whitesnake good to be badOnze anos depois de lançar o último disco de estúdio (Restless Heart), o Whitesnake está de volta com Good to be Bad, pelo selo SPV/ Steamhammer. A banda está, inclusive, divulgando o novo petardo em turnê pelo Brasil neste mês, nas cidades de Manaus, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.

O Whitesnake se divide em duas fases distintas. A primeira, logo após a saída do vocalista David Coverdale do Deep Purple, mais calcada no blues e com forte apelo setentista, até o disco Come And Get It (1981); e a segunda, na onda do hard rock oitentista, a partir do álbum Slide It In (1984), que trouxe o maior sucesso comercial da banda, o super-hiper-mega-power-platinado “1987”.

Good to be Bad se encaixa justamente nesta segunda fase, mas sem desprezar elementos antigos. A formação atual da cobra branca conta com Doug Aldrich e Reb Beach nas guitarras, Uriah Duffy no baixo, Timothy Drury nos teclados, Chris Frazier na bateria e, claro, mister Coverdale nos vocais. E vou logo avisando: nem parece que se passou uma década. A voz de Coverdale continua sendo uma das melhores do hard rock, afinada, precisa, rouca e rasgada quando necessário.

Ao todo são 11 faixas, com todos os elementos que fizeram do Whitesnake um dos maiores expoentes do rock entre os anos 70 e 90. O falsete na faixa de abertura, “Call On Me”, está lá. Os refrões marcantes também, como em “Lay Down Your Love”, assim como as letras falando de amor e as indefectíveis baladas (duas), com destaque para a “Summer Rain”. A faceta pesada de blues dos primórdios está em “Best Years” e “A Fool in Love”. Por fim, referências ao hard rock contemporâneo podem ser notadas em “Can You Hear the Wind Blow”.

No entanto, o disco não soa datado. Em alguns momentos, a banda chega a usar e abusar aspectos mais elétricos, como já havia antecipado o vocalista em comunicado oficial. A produção foi feita com esmero, deixando o som do disco excelente e vibrante, transparecendo o bom momento atual da banda. Para quem achava que a cobra tinha perdido o veneno, pelo visto Coverdale e companhia ainda têm muito a oferecer!

NOTA: 8,5

Whitesnake – Call on me

Whitesnake – Best Years (live in Belo Horizonte, 2008)