Spawn Godslayer

spawngodslay resenha

Novo especial de Spawn capricha na embalagem, mas é raso nas idéias
Por Paulo Floro

SPAWN GODSLAYER
Brian Holguin (texto) e Jay Anacleto (arte)
[Pixel, 48 págs, R$ 13,90]

O personagem Spawn já era um sucesso editorial quando em suas páginas foi apresentado o Spawn Medieval, um versão antiga da cria do Inferno. Daí a se desenvolver uma mitologia em torno do herói foi um pulo. O que se veria depois, claro, é que esse universo e cronologia é um tanto quanto limitado, sem o apelo fantástico dos mundos de Neil Gaiman em Sandman. Parte dessa premissa de reinventar Spawn em outras épocas, surge agora Spawn Godslayer, pela Pixel.

A trama se passa em um mundo onde não existe Céu nem Inferno (indispensáveis para a cronologia normal do personagem), e vários deuses comandam incontáveis reinos. Após recordatórios piegas e prolixos, acontece o que todos esperam – e o que realmente importa aqui: Spawn aparece e destrói todo o reino. Quantidades enormes de testosterona pautam o roteiro que, desperdiçado, poderia propor uma nova visão da mitologia e referências do personagem.

Ao contrário dos desenhos – a maioria em página dupla para deleite dos impressionáveis – a trama, escrita por Brian Holguin tem uma ambientação pobre, apressada em mostrar o embate final entre a deusa e Spawn. O desenho de Jay Anacleto também não colabora. Apesar do detalhismo, das cores que impressionam, elas sofrem de algo indispensável à nona arte, o dinamismo. É um retrocesso estético. Enquanto novos artistas buscam trazer elementos da narrativa cinematográfica para os quadrinhos, o que vemos aqui é algo estático, como pinturas clássicas. Em alguns momentos lembra a arte do brasileiro André Vazzios, que apesar da inventividade, também sofre da falta de movimento.

spawn godslayer capa Spawn Godslayer fez muito sucesso nos EUA, o que motivou a criação de uma série. Dependendo da aceitação deste especial por aqui, a editora Pixel, que publica a revista Spawn poderá vir a lançar mais histórias do Matador de Deuses. Com um formato diferente e boa impressão, este especial é mais uma interessante experiência editorial do que uma reinvenção bem-sucedida do personagem criado por Todd McFarlane.

NOTA: 3,0

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