e disseram que nao sei amar
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MC Morena mostra o lado sentimental do funk mineiro em “E disseram que não sei amar”

Artista mineira lança seu segundo álbum com produções de Pepito, costurando house, drum’n’bass e funk melody com versos sobre paixão

MC Morena
E disseram que não sei amar
Independente, 2025 | Gênero: Funk, Eletrônica


Nos últimos anos Minas Gerais entregou ao funk brasileiro nomes importantes que impactaram tanto nas inovações dentro do gênero – apostando em formas alternativas de se produzir –, quanto na aproximação do funk com outros estilos de música eletrônica. VHOOR, FBC e o DJ Anderson do Paraíso são alguns exemplos desse fenômeno mineiro, que também abriga a voz de MC Morena, artista do rap e do funk que lançou o álbum E disseram que não sei amar no início de 2025. 

Neste seu segundo trabalho de estúdio, MC Morena compôs todas as faixas como argumentos para reforçar a resposta que ela já lança no título. Em faixas curtas, a artista coloca nos versos suas questões com a paixão e o amor, já que, às vezes, gostar de alguém nos faz abaixar a guarda e perder um pouco a postura. E se os versos são bons, a produção é o que cimenta definitivamente a personalidade do álbum, elaborado por MC Morena junto do produtor musical Pepito, que também assina Inimitável (2023), primeiro álbum da rapper e funkeira mineira.

Em E disseram que não sei amar, Pepito e MC Morena usam como base os elementos do funk melody dos anos 1990 – que Pepito parece conhecer muito bem, talvez pelas colaborações anteriores com FBC – e cruzam esses elementos com gêneros da música eletrônica nacional e global. House, drum’n’bass; new jazz e dance music, tudo isso revestido pelo funk brasileiro.

O acerto do álbum está nessa produção musical antropofágica, que consegue embaraçar limites entre um gênero e outro, característica que se tornou praticamente o “super-poder” do funk brasileiro. 

Ouça E disseram que não sei amar, de Mc Morena

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