Crítica – Disco: St. Vincent | St. Vincent

stvincent
Foto: Divulgação/Universal.
Foto: Divulgação/Universal.
Foto: Divulgação/Universal.

“HUMAN AFTER ALL”
St. Vincent se mostra mais emotiva e acessível, mas não descansa na busca por mais inovação no pop

[Recomendado]

Quando a cantora e guitarrista Annie Clark surgiu no cenário pop após abandonar seu antigo grupo The Polyphonic Spree sua música foi chamada muita vezes de “art rock”, um termo que tem um quê de ridículo. Agora, com esse novo disco homônimo podemos entender a boa intenção dos que pensaram nessa classificação. O álbum é um dos mais inovadores do pop lançados este ano. E para quem acompanha sua carreira nesses quatro trabalhos, percebe que este é também o mais pessoal e intimista da carreira da cantora.

Leia Mais
A volta de Neneh Cherry
Nina Becker canta Dolores Duran
Mariah Carey repete velhos truques
Warpaint abre ano com ótimo disco

Nome artístico de Annie Clark, St. Vincent sempre foi conhecida pelo esmero na produção que beirava o preciosismo. As canções sempre privilegiavam a forma antes de tudo, o que gerou ótimas faixas no celebrado Strange Mercy. Dessa ermitã do experimentalismo sonoro, Annie agora parece mais aberta e emotiva, como demonstra a balada “I Prefer Your Love”, sobre sua mãe doente.

Ela também se permite uma maior exposição sobre detalhes de sua vida em determinados momentos. Até sua interpretação parece mais vulnerável, o que gerou momentos que parecem mesmo emocionantes – e não apenas um bom arranjo vocal. É o caso de “Severed Crossed Fingers”.

Mesmo com um disco com o qual os ouvintes podem se identificar, St. Vincent segue instigada em criar paisagens sonoras que fujam do convencional, sobretudo o uso que faz da guitarra. Ela está mais acessível, mas dificilmente se mostraria relaxada nessa sua intenção de inovar no pop de modo a colocá-la em algum espaço isolado no panorama musical atual. [Paulo Floro]

St_Vincent_artworkST. VINCENT
St. Vincent
[Universal, 2014]

Nota: 9,0

Encontrou um erro? Fale com a gente

Editor