Crítica – Disco: Raphão Alaafin | Eu Gosto

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O novo álbum de Raphão Alaafin, Eu Gosto, é uma prova de como o rap nacional encontrou sua relevância ao se apropriar do melhor que o soul BR acumulou ao longo dos anos. Eu Gosto, lançado pelo Estúdio Greenhouse, traz o ápice do amadurecimento tanto de Raphão como compositor quanto do rap brasileiro enquanto gênero.

Em um disco irreverente, o trabalho traz uma proposta sonora diversificada, como canções de apelo pop como “Fireman” e “Calma Calma”, tretas e questões importantes da cena hip hop como “Cuidado! Tem Guardinha no Rap”, ativismo social (“Rap Sim, Rap Não”) e uma aposta sexy/soul em “Abastecendo os Deejay”. Já na ótima “Talento É Trabalho”, ele resume sua trajetória musical até aqui com os versos: “Sou o rei desse baralho, talentoso pra caralho, porque talento é trabalho”.

Com produção de Renato Parmi e participações de Ogi, Lurdez da Luz e KL Jay, Eu Gosto é representante do bom momento do rap brasileiro hoje. Ainda que algumas rimas e arranjos apostem em fórmulas já experimentadas, o trabalho traz um conjunto eficiente de músicas. É uma mostra de que a grandeza do gênero por aqui se faz com muita pesquisa e autenticidade para dar voz às periferias.

Ouça o disco: