Crítica: Diego Armés | Canções Para Senhoras

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Difusão de sentimentos outonais e amorosos habitados por uma feliz sintonia instrumental

Da colaboração da Revista O Grito!, em Lisboa

Fazendo jus ao belíssimo clipe e ao espírito de “Canção Sentimental”, Diego Armés tenta fazer rock e só lhe sai poesia. De alguma forma, o lado íntimo e pessoal do músico assenta na delicadeza dos temas e no brilho dos arranjos. É assim na magistral introdução ao piano de João Gil, na meditativa “Tanto Faz”, de que o ímpeto desbragado de “Mitologia Passional” serve de contraponto, não esquecendo a belíssima “A Cadeira” em que um violoncelo e um acordeão vestem uma melopeia em que o autor “Só queria ser provido de ambição”.

Daqui se depreende o fio condutor de um cantor que partiu de uma intenção individual para cada tema, voz e guitarra, e a subsequente evolução para um enriquecimento instrumental que alargou os horizontes do álbum. E o amor, de uma forma mutável e imaginativa, habita o cerne de “Canções Para Senhoras”. Como um trovador, Armés aplica um cunho suficientemente magnético e luminoso para chegar ao coração das suas musas. [Pedro Salgado]

cancoesmulheresDIEGO ARMÉS
Canções Para Senhoras
[Chifre, 2011]

NOTA: 8.0