Cobertura: Tim Festival 2008 (MGMT e National)

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Noite de atropelos e grandes gastos
O Tim Festival, maior festival de música do Brasil erra nas mudanças
Por Mariana Mandelli

National brilha no TIM 2008

Dá para resumir o show do The National, na última noite do TIM Festival 2008, em São Paulo, no seguinte clichê: foi tudo aquilo que se esperava. Uma sonoridade de encher os ouvidos, melodias belíssimas, a voz incrível de Matt Berninger ressoando pela tenda armada no Parque do Ibirapuera e um setlist que combinava as canções mais lindas de Alligator (2005) e Boxer (2007) fizeram da apresentação da banda norte-americana um dos pontos mais altos do festival.

Sem atrasos, logo após o show de abertura da noite com os brasileiros do Cérebro Eletrônico, Berninger e seus companheiros de banda abriram o show com a belí­ssima “Start a War” para, em seguida, mandarem a dobradinha perfeita: “Brainy” e “Secret Meeting”, duas da melhores canções da banda. Em coro, a platéia cantava o refrão da primeira junto à  voz grave do simpático vocalista: “You might need me more than you think you will/ Come home in the car you love/ Brainy brainy brainy”.

O vigor multiinstrumentista da banda, que conta com metais (trompete e trombone) e violino, ficou evidente em toda a apresentação, mesmo nas melancólicas “Baby We’ll be Fine” e “Slow Show”. A triunfante e quase épica “Squalor Victoria” veio em seguida e foi o ápice do impecável show. Ainda deu tempo para “Abel”, “All the Wine” e “Apartment Story”. Os vibrantes hits “Mistaken For Strangers” e “Fake Empire”, de Boxer, foram recebidos com empolgação pelo público que já estava entregue desde o primeiro acorde de “Start a War”. Apesar de não terem tocado “Karen”, o National encerrou a apresentação com as fantásticas “Mr. November” e “About Today”.

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MGMT
Escalados para fechar a noite, Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser, mais conhecidos como MGMT (abreviação de The Management) fizeram um show monótono e quase tedioso, do qual só se salva o final, quando a dupla tocou, em seguida, “Time to Pretend” e “Kids”, e levantou o público. A banda ainda mandou faixas de seu último e elogiado disco, como “Weekend Wars”, “The Youth”, “Electric Feel”, “Metanoia” e “Pieces of What”.

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Estrutura
Apesar da mudança de local do Anhembi para o Parque do Ibirapuera, as alterações não foram totalmente positivas. A divisão do festival em vários dias e o alto preço dos ingressos não favoreceram tanto à  organização do evento que, na verdade, precisava fazer um festival impecável depois do fiasco que foi a edição 2007. “Quem não se lembra dos atrasos de mais de três horas e da falta de água para vender? Outros defeitos: as divisões excessivas e bizarras no line-up (se era para dividir as atrações, não colocasse, por exemplo, The National e MGMT juntos, porque as duas bandas não têm nada a ver); cancelamento de atrações grandes (Paul Weller e The Gossip foram baixas inestimáveis) e o calor infernal que fez dentro da tenda armada para os shows. Em suma, o TIM paulista de 2008 foi melhor do que o de 2007, mas o formato e a organização ainda deixam a desejar. A satisfação fica por conta de shows excelentes, quem compareceu ao sábado e pode ouvir Matt Berninger ao vivo sabe disso.