Ana Frango Elétrico lança o clipe de “Dr. Sabe Tudo”

Releitura da música de Rubinho Jacobina também ganhou videoclipe, que tem direção de Zabenzi

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(Crédito: Laura Barone/ Divulgação)

“Dr. Sabe Tudo”, faixa de Ana Frango Elétrico em Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua, álbum lançado em 2023 ganhou um videoclipe, escrito e dirigido por Zabenzi, numa segunda parceria entre os dois artistas, com a primeira sendo no clipe “Insista em mim”, lançado em 2023. Esta é uma versão da música de Rubinho Jacobina com nova sonoridade.

Em “Dr. Sabe Tudo”, Zabenzi mantém a linguagem iniciada no primeiro clipe, trazendo um prólogo antes da música. O prólogo, aqui, anuncia o paralelo metafórico entre montanhas e dentes. Com texto da poeta Maria Isabel Iorio, imagens aéreas do Rio de Janeiro e de um exame de dentista, temos o sentimento das montanhas dentro das nossas bocas. Como coisas antigas, que nos protegem.

O filme traz Ana entre várias pessoas, em duplas, trios e grupos, onde os corpos dissidentes mimetizam as montanhas, criando, pela junção de suas formas, um marco eterno na cidade. Nesse paralelo, também se faz a certeza de que as montanhas não estão paradas. E a dança é uma explosão do contorno. 

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(Crédito: Laura Barone/ Divulgação)

Ana compõe com a paisagem, dentro da areia. Há uma cadeira de motorista deslocada de dentro do carro e colocada ao ar livre, porque nesse universo tudo é do lado de fora, sob o sol, aos olhos das montanhas. 

Na praia, na laje, os corpos se encontram, se beijam, dançam vogue. Entre eles, há um bebê no meio da dança. Corpos com todo o seu encantamento, atestando espaços amorosos e arejados pra essas presenças brilharem em comunhão e pulsão de vida. Como diz a letra “É só o mundo e você / Vá viver”. 

As montanhas se apresentam, então, como o Dr. Sabe tudo. Uma espécie de Deus, uma entidade que tudo vê e protege. E que são, também, humanas. Parte desses corpos. Tudo junto e misturado, em coro. Zabenzi coroa nesse filme sua pesquisa de dípticos, onde cola duas imagens, dois significados e duas formas. Coloca essas vidas em cena junto ao mundo, com os sentidos expandidos, explodindo para o entorno. 

A radicalidade dos gestos, o encontro das formas. O clipe termina no dentista, voltando ao início, revelando que a boca retratada se trata da boca de Ana Frango Elétrico. É a boca que canta, que está sob a ação da máquina. Cuidando de suas mordidas, de suas montanhas.

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Poster do clipe (Divulgação)