Veja as primeiras impressões da crítica sobre “O Agente Secreto”, novo filme de Kleber Mendonça Filho

Estrelado por Wagner Moura, o longa recebeu comentários positivos em sua estreia no Festival de Cannes

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Equipe do longa chega ao tapete vermelho do festival (Foto: Soraya Ursine/Divulgação).

O filme O Agente Secreto, novo trabalho do cineasta Kleber Mendonça Filho, estreou neste domingo (18) na competição oficial do Festival de Cannes 2025 e recebeu elogios contundentes da crítica internacional. Ambientado no Brasil dos anos 1970, o longa acompanha Marcelo, um professor e especialista em tecnologia que retorna ao Recife para escapar de um passado obscuro.

A recepção inicial ao longa tem sido majoritariamente positiva. A publicação The Playlist classificou o filme como “uma obra-prima” e o definiu como o projeto mais ambicioso da carreira do diretor, destacando sua forte conexão com a história do cinema. Já o IndieWire descreveu a produção como “memorável”, destacando a constante atmosfera de tensão e a performance de Wagner Moura, que protagoniza o longa. A nota atribuída pelo site foi B+, equivalente a aproximadamente 8 em uma escala de 10.

Outros veículos também ressaltaram o desempenho do ator brasileiro. O site FilmLand Empire afirmou que Moura se posiciona como um “forte candidato” ao prêmio de melhor ator no festival. A Variety, por sua vez, enfatizou o tom político do filme e comparou a direção de Mendonça Filho à de Alfred Hitchcock.

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Foto: CinemaScópio/Divulgação.

O filme tem sido lido como uma extensão de temas já presentes em obras anteriores do diretor. A Screen Daily observou semelhanças entre O Agente Secreto, Bacurau e o documentário Retratos Fantasmas, especialmente no modo como o cineasta dialoga com a memória, a cidade e o cinema. O veículo descreveu o longa como um thriller anárquico de linha do tempo dupla, movido por energia errática e saturado de tensão.

A crítica da Deadline apontou distinções entre este novo trabalho e Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional este ano. Segundo a análise, enquanto o longa de Salles adota uma narrativa mais intimista, o de Mendonça se propõe a discutir questões mais amplas, abordando o impacto da vigilância e da repressão em tempos autoritários.

O elenco conta com Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Udo Kier, Isabél Zuaa e Alice Carvalho, além de Wagner Moura no papel principal.

A estreia em Cannes marca mais um capítulo da relação duradoura de Kleber Mendonça Filho com o festival francês. O diretor já esteve presente com O Som ao Redor (em mostra paralela), Aquarius e Bacurau (ambos na competição principal), além do documentário Retratos Fantasmas, exibido fora de competição.