Rec-Beat anuncia atrações internacionais com Djely Tapa, do Mali, Kizaba, do Congo e mais

O festival traz ainda a banda inglesa O., a dupla paraguaia Purahéi Soul e Simon Winsé, de Burkina Faso

DJELY TAPA 1 credit photo @Yoktowns
A artista griot Djely Tapa, destaque do pop malinês. (Foto: Yoktowns).

O festival Rec-Beat anunciou cinco atrações internacionais para a edição deste ano, com forte predominância de ritmos do continente africano. O festival, que acontece no Carnaval, de 18 a 21 de fevereiro, com acesso gratuito, no Cais da Alfândega, no Recife.

A 27º edição do evento receberá a artista griot Djely Tapa (Mali), o virtuoso multi-instrumentista e cantor Simon Winsé (Burkina Faso), o pop rock eletrônico de Kizaba (Congo), a dupla latina Purahéi Soul (Paraguai) e as experimentações da banda O. (Reino Unido).

Esses nomes se juntam a Getúlio Abelha (CE), a funkeira Deize Tigrona (RJ) e o produtor Mu540 (SP), entre as atrações já confirmadas no line-up.

O Rec-Beat sempre foi conhecido por uma curadoria que aposta na diversidade de sons do mundo inteiro, no ecletismo e na inovação sonora. Também costuma apresentar tendências sonoras e novidades musicais de diferentes estilos.

Natural da região de Kayes, no oeste do Mali, a cantora Djely Tapa traz ao Recife a arte vocal dos griots, enquanto trafega entre a tradição, o blues e a música eletrônica. A malinês-canadense apresenta o seu álbum de estreia Barokan (2019), em que presta homenagens às mulheres e à africanidade.

Os paraguaios da Purahéi Soul cantam em guarani, espanhol e inglês. A dupla reúne um mix das suas influências e afinidades sonoras, apresentando canções folclóricas latino-americanas com padrões refeitos de jazz e blues.

Com uma performance mais virtuosa e intimista, o cantor, compositor e multi-instrumentista Simon Winsé trabalha com kora, n’goni, arco de boca e flauta Fulani, sendo reconhecido como um dos principais mestres do instrumento. O seu universo musical é alimentado pelos ritmos tradicionais de Burkina Faso, seu país de origem, o jazz fusion e o blues – elementos que se fundem em seu álbum de estreia, Dangada (La Joie). A apresentação é uma parceria entre o Rec-Beat e o Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife.

Banda O. Photo by Holly Whitaker
A banda O. traz suas experimentações ao palco. (Foto: Holly Whitaker/Divulgação).

O cantor, compositor e multi-instrumentista congolês, radicado no Canadá, Kizaba, é um dos pioneiros do pop rock afro-congolês. Seus trabalhos criam vocalizações inspiradas nos seus antepassados e misturam sons de soukous congolês, afrobeat, house music e R&B. Com passagens pelo Montreal International Jazz Festival e o próprio Rec Beat, Kizaba é vocalista e baterista do Afrotronix, projeto que percorre as intersecções entre ritmos africanos e música eletrônica. Agora em carreira solo, o músico estende suas pesquisas no seu álbum de estreia, Kizavibe (2022).

Completando o line-up internacional, a O. é uma banda britânica formada por Tash Keary (bateria) e Joe Henwood (sax). O grupo costuma recortar partes dos seus estilos musicais favoritos e os improvisar livremente durante as performances. A banda realizará uma imersão com os músicos locais DJ Dolores, Henrique Albino, Lucas dos Prazeres, Parrô e Yuri Queiroga, que também participarão do show dos britânicos. O encontro faz parte do programa Cultura Circular, uma realização do British Council e Apoio do Oi Futuro.

A programação também conta com shows do multiartista Getúlio Abelha (CE), que mescla forró, calypso e brega, a uma linguagem pop e eletrônica, e a funkeira Deize Tigrona (RJ), uma das mulheres pioneiras do funk carioca, que vem acompanhada pelo Dj e produtor Mu540 (SP), um dos principais cientistas sonoros da atualidade.