![Cena de Filme do desassossego de João Botelho (Divulgação)](https://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/wp-content/uploads/2013/05/desa2g.jpg)
Com filmografia experimental, filmes feitos em Portugal ainda são desconhecidos por aqui
Ao contrário do que acontece entre EUA e Inglaterra, há pouco intercâmbio entre a produção de cinema do Brasil e de Portugal. Mesmo compartilhando o mesmo idioma e história, quase não conhecemos os diretores lusos (com exceção de nomes famosos mundialmente como Manoel de Oliveira). Os novos nomes então, menos ainda. A 2ª Mostra Cinema Português Contemporâneo, que acontece a partir desta terça (21), vem driblar essa conjuntura.
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A mostra acontece no Recife até o dia 26 de maio na Caixa Cultural, com entrada gratuita. Depois, segue para o Rio de Janeiro (dias 24 de maio a 6 de junho) e termina na Caixa Cultural de São Paulo nos dias 16 a 28 de julho. São 12 longas e sete curtas que apresenta ao público brasileiro a produção de diretores novos e consagrados do cinema português. Farão parte da programação filmes elogiados no exterior, mas ainda inéditos aqui como O Barão, de Edgar Pêra. Primeiras obras ou filmes emblemáticos também estarão presentes. É o caso de Branca de Neve, de João César Monteiro e Filme do Desassossego, de João Botelho.
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O eixo, segundo a curadoria, é mostrar como o estilo do cinema português é mais experimental, de poucas concessões. “É uma filmografia muito radical, tanto em termos de forma quanto linguagem”, diz por telefone Carolina Dias, uma das curadoras da mostra.
![O experimental-gótico O Barão, de Edgar Pêra (Divulgação)](https://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/wp-content/uploads/2013/05/barao.jpg)
Poru
Quais as razões de conhecermos tão pouco sobre filmes feitos em Portugal? Segundo Carolina, isto não é um privilégio do cinema. “Hoje temos pouco acesso à cultura contemporânea portuguesa em geral. Com exceção da literatura, as outras artes são pouco difundidas”, disse. “O objetivo da mostra é ser um espaço anual do cinema português no Brasil.
Um outro entrave na difusão do cinema por aqui é justamente a língua. Os filmes brasileiros ainda precisam de legenda, mesmo falando nosso português. “Infelizmente, temos esse problema de não entender o que é dito. Até mesmo eu que faço essa ponte entre Portugal e Brasil há dez anos, ainda tenho certa dificuldade”, confessa.
Veja a programação completa: