Mostra Ecofalante anuncia os filmes premiados de sua 14ª edição

Obras que abordam temas como reforma agrária, questões indígenas e racismo ambiental são os destaques da premiação

Copia de Imagem post padrao 11
"Cartas a Tia Marcelina" (Foto: Divulgação).

A 14ª Mostra Ecofalante de Cinema, que acontece até o dia 11 de junho, anunciou na noite deste domingo (8) os vencedores de suas duas categorias competitivas: a Competição Territórios e Memória e o Concurso Curta Ecofalante. O evento exibiu um total de 125 filmes de 33 países, além de promover debates, uma homenagem ao cineasta Hermano Penna e uma masterclass com Cyril Dion.

Na Competição Territórios e Memória, dedicada a produções que abordam diferentes visões e aspectos do Brasil, o júri concedeu o prêmio de Melhor Longa-Metragem a Pau D’Arco, dirigido por Ana Aranha. A obra, que discorre sobre uma chacina envolvendo 10 trabalhadores sem-terra e a subsequente luta por justiça e direito à terra, recebeu o troféu Ecofalante e um prêmio de R$ 20 mil. A menção honrosa do júri nesta categoria foi para Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá, dos diretores Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna.

O Prêmio do Público para longa-metragem na mostra competitiva foi para São Palco – Cidade Afropolitana, de Jasper Chalcraft e Rose Satiko Gitirana Hikiji. O documentário retrata São Paulo como um espaço de confluência cultural para artistas de diversas nações africanas.

Nas categorias de curta-metragem da Competição Territórios e Memória, o júri elegeu Sukande Kasáká | Terra Doente, dirigido por Kamikia Kisedje e Fred Rahal, como o Melhor Curta. A produção, que narra o avanço do agronegócio na terra do povo Kisêdjê, foi reconhecida como um “filme-denúncia que tem a poesia como matéria-prima”, recebendo o troféu Ecofalante e R$ 7 mil.

A menção honrosa do júri na categoria de curta-metragem foi para Domingo no Golpe, de Giselle Beiguelman e Lucas Bambozzi. O Prêmio do Público para os curtas do Território e Memória foi concedido a Vermelho de Bolinhas, de Joedson Kelvin e Renata Fortes, que aborda a construção da imagem de Benigna Cardoso.

No Concurso Curta Ecofalante, o grande vencedor foi Cartas a Tia Marcelina, de João Igor Macena, estudante da Universidade Federal de Alagoas. O júri destacou a “abordagem poderosa e multifacetada de temas cruciais”, como a intolerância religiosa e o racismo ambiental, conferindo ao filme o troféu Ecofalante e R$ 7 mil.

A menção honrosa do júri foi para Número Errado, de Leonardo Marcini, estudante da Universidade do Estado de Minas Gerais. O júri ressaltou o formato de animação como um diferencial que permite explorar a temática LGBTQIA+ de forma sensível e inusitada. O Prêmio do Público nesta categoria foi para Na ponta do laço, de Carolina Huertas, estudante da Academia Internacional de Cinema (AIC).