Fabio Brazza
A Roda, A Rima, O Riso e a Reza
Yalla Recordings, 2025. Gênero: Rap, Samba
Com nove álbuns lançados, só agora Fabio Brazza começa a ser apontado como uma revelação da MPB. Esse reconhecimento já poderia ter acontecido antes, mas chega agora em um disco repleto de boas ideias. A Roda, A Rima, O Riso e a Reza traz um experimento interessante em que o rap e o samba travam um diálogo bem interessante. O resultado é um disco em que os gêneros estão bem delineados e ganham força isoladamente, mas também se beneficiam da mistura.
É um estudo sonoro complexo, mas bem orgânico, que celebra também outros ritmos brasileiros como pagode, baião e embolada. O disco traz colaborações que dão ainda mais verniz para esse experimento sonoro de Brazza, como Criolo, Ferrugem, Xande de Pilares, Caju e Castanha, Prettos e Mestrinho.
“Sonhos”, com Criolo, que já tinha saído como single, resume bem o projeto com os beats bem encaixados no samba de roda ao mesmo tempo em que fala de um mundo mediado por algoritmos. Outro destaque do disco é “Luiz Carroceiro”, uma faixa com participação de Xande de Pilares que traz uma emotiva letra sobre resiliência. Já a faixa “Cê Já Se Perguntou” enaltece o samba paulista com a presença de Ferrugem no refrão e as rimas de Brazza costuradas nas demais estrofes.
Ouça Fábio Brazza – A Roda, A Rima, O Riso e a Reza
Leia mais resenhas de discos
- Catto percorre os abismos da alma em “Caminhos Selvagens”, seu primeiro disco autoral
- Jefre Cantu-Ledesma e a beleza mística de “Gift Songs”
- Lorde retorna transparente em “Virgin”
- “Casa Coração” confirma Joyce Alane como voz promissora do forró contemporâneo
- Gelli Haha e a estranheza em boa medida na estreia “Switcheroo”
