Crítica: Pega Monstro | Pega Monstro

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Um disco aconselhável a jovens de corpo e espírito e aos que prezam emoções genuínas

Da colaboração para Revista O Grito!, em Lisboa

Uma das maiores críticas que os eruditos fazem ao rock é a de ser “uma linguagem musical que submete a interpretação instrumental à palavra cantada”. E embora o material incluído em “Pega Monstro”, aparentemente, concorra a um longo medley, existem suficientes elementos que fazem dele uma muralha sonora capaz de convencer os mais cépticos. Maria e Júlia Reis são novas, simultâneamente duras e melodiosas e interpretam as suas canções como se as suas vidas dependessem disso. Através de histórias pessoais vivenciadas e partilhadas, mas sempre num espírito in your face, descobrem-se pequenas pérolas como “Dom Docas”, em que o grudante verso “Há gajas que gostam de levar na boca” repete-se até à exustão sob uma pegada roqueira seminal e outro dos momentos inesquecíveis do álbum é “Fetra” (abreviatura utilizada pelas garotas quando se referem ao selo a que pertencem), a canção mais punk de letra, animada por um engenhosa arquitectura pop. De uma forma generalizada, “Pega Monstro” abarca os princípios mais admiráveis do rock: espírito de aventura e liberdade de expressão. Transformando-se, por isso, num dos melhores exemplos do estado da arte portuguesa em 2012. [Pedro Salgado]

Leia entrevista com as meninas do Pega Monstro

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Pega Monstro
[Cafetra Records, 2012]

Nota: 8.0