Crítica – Disco: Wander Wildner | Existe Alguém Aí?

wander 2
Foto: Fernanda Chemalli/Divulgação.
Foto: Fernanda Chemalli/Divulgação.

Wander Wildner se reinventa com disco conceitual pesado e cheio de carga política

O músico gaúcho Wander Wildner surpreendeu com um novo disco em que explora uma sonoridade mais punk, cheia de distorções e com pesada carga política. Tido como ícone do “punk brega” e ligado a uma estética mais folk, o músico apresentou o seu primeiro álbum conceitual e longe do que todos esperariam dele.

Wildner ficou famoso por baladas cheias de ironia e com veia romântica exageradíssimas como “Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo” e “Lugar do Caralho”. Agora, o músico aposta em outros assuntos além do amor em Existe Alguém Aí?, um álbum que traz a mesma dose de sinceridade do músico, mas agora com um viés político.

O disco trata do caos urbano e do pessimismo em relação à realidade do País em músicas como “Réquiem Para Uma Cidade”, onde fala de sua cidade-natal Porto Alegre de uma maneira não muito bonita, ou “Vivendo 100% Cada Momento”, onde ele explicita a frustração: “Sua vida merecia/ Ser melhor que a da sua tia”. Cada faixa traz um personagem diferente e todas em geral buscam mostrar alguma postura política.

Ex-Replicantes, Wildner mostra no disco que está disposto a arriscar novas ideias e sonoridades em um trabalho sujo e distorcido baseado no rock mais simples possível do baixo-guitarra-bateria. Essa desconstrução do artista, baseada em um sentimento de descontentamento, é bem-vindo. [Fernando de Albuquerque]

wander 2WANDER WILDNER
Existe Alguém Aí?
[Fora da Lei, 2015]

8,0