belo desastre
Dylan Sprouse e Virginia Gardner interpretam o casal Abby e Travis. (Foto: Divulgação/Diamond Films).

Crítica: Belo Desastre é um caótico “enemies to lovers”

O longa não cativa e falha até mesmo em reproduzir clichês românticos exaustivamente trabalhados no cinema

Crítica: Belo Desastre é um caótico “enemies to lovers”
1.5

Belo Desastre
Roger Kumble

EUA, 2023, 1h45, 14 anos. Distribuição: Diamond Films
Com Virginia Gardner e Dylan Sprouse
Em cartaz nos cinemas

Adaptado do primeiro livro da série best-seller de Jamie McGuire, Belo Desastre chega aos cinemas com a proposta despretensiosa de ser uma comédia romântica voltada ao público adolescente. Uma fórmula que, a depender de como é reproduzida, consegue cativar também outras faixas etárias e até se consagrar no rol dos queridinhos comfort movies, ou, na tradução livre, filmes de conforto. Mas esse não vem a ser o caso do longa dirigido por Roger Kumble.

Estrelado por Dylan Sprouse e Virginia Gardner, o filme é um clichê enemies to lovers, no qual acompanhamos Abby Abernathy (Gardner), uma jovem que se muda para Sacramento com o objetivo de fugir de um passado de jogos de azar em Las Vegas. Enquanto tenta se adaptar à nova realidade, ela conhece o atraente Travis Maddox (Sprouse). Ele é o típico bad boy, sinônimo de confusão, que sempre está à espreita para provocá-la.

É óbvio intuir como as coisas se desenrolam: ela nega de todas as formas possíveis o que sente por ele, mas chega o momento em que a forte atração entre os dois se torna inevitável. Um cenário bem familiar para quem curte filmes do gênero. O problema é que o caminho percorrido pelo roteiro é caótico e desastroso e cada cena do casal, desde o momento em que se conhecem até os instantes finais, não cativa e carrega diálogos artificiais e embaraçosos.

Infelizmente, é um filme que não consegue alcançar nem mesmo o pouco a que se propõe: ser uma comédia romântica gostosa e fácil de assistir. Pelo contrário, chega a ser penoso e até constrangedor testemunhar a maioria das interações entre os protagonistas — algo que parece se agravar na segunda metade, quando a história segue um caminho mirabolante com muitas cenas de ação e reviravoltas sem sentido, inseridas na trama a qualquer custo.

De toda forma, vale destacar que Belo Desastre acerta na escolha de não se levar tão a sério e apostar em um lado mais cômico. É algo que, positivamente, o difere de outras produções similares como a catastrófica franquia adolescente After, com a qual compartilha a mesma equipe de produtores. Ainda assim, são raros os acertos para um filme que se propõe apenas a reproduzir fórmulas e clichês amplamente trabalhados.