Green Day
Saviors
Reprise, 2024. Gênero: Rock
Com quase 40 anos de carreira, o grupo norte-americano Green Day ainda desperta interesse nos fãs e na indústria, além de nunca diminuir a estatura que conquistaram no showbiz. Um dos maiores feitos de Billie Joe Armstrong e companhia é justamente se equilibrar entre arriscar novas sonoridades, buscar novas audiências, mas ainda se conectar com o som que os tornaram conhecidos. Saviors cumpre seu papel de maneira exemplar nesse último quesito e traz um som cheio de vigor com letras que oscilam entre o cinismo e o sarcasmo para falar de um mundo à beira do fim.
O disco foi produzido por Rob Cavallo, produtor dos principais discos do Green Day, Dookie (1994) e American Idiot (2004). No entanto, Cavallo não trabalhava mais com o grupo desde 2012 com ¡Tré!. Esse retorno à boa forma vem em boa hora, já que os dois últimos discos da banda estavam bem distantes do melhor que podiam oferecer, caso do regular Revolution Radio (2016), em que tentaram soar mais cerebrais e Father of All Motherfuckers, de 2020, um disco que… bom, ele existiu na discografia da banda.
Saviors mostra que o grupo ainda mantém o domínio de suas próprias referências, ou seja, a essência de seu punk-pop, facilmente reconhecível por qualquer fã de rock, ainda segue intacta. E é dessa matéria-prima que o álbum tira seus bons momentos, como “Dilemma”, com seu refrão pegajoso; a acelerada “Look Ma, No Brains” e a melancólica “Goodnight Adeline”, típica balada Green Dayniana.
O fã antigo vai reconhecer vários outros clássicos servindo como um molde para essas novas faixas, mas certamente ninguém vai reclamar. Seguindo nessa proposta, o disco eventualmente vai perdendo força e a sua metade final já soa monótona, mas as primeiras 10 faixas promovem um reencontro com uma das bandas de maior personalidade do pop-rock americano.
Ouça Green Day – Saviors
Leia mais críticas
- Duda Beat volta mais refinada e dançante em “Tara & Tal”
- Pabllo Vittar aumenta o tom da homenagem, mas mantém sua marca em “Batidão Tropical Vol. 2”
- Ana Luísa Ramos dá protagonismo aos vocais em “Solaris”
- Cynthia Luz busca maturidade em “Ciclo Vicioso”
- Sofia Freire ilustra as inquietações da mente no experimental “Ponta da Língua”