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Cynthia Luz busca maturidade em “Ciclo Vicioso”

Sétimo disco da rapper chega como comemoração aos seus quinze anos de carreira, mas soa repetitiva na proposta em alguns momentos

Cynthia Luz busca maturidade em “Ciclo Vicioso”
2.5

Ciclo Vicioso
Cynthia Luz
Independente, 2024; Gênero: Rap, Pop


Cynthia Luz é uma das rappers mais interessantes e prolíficas de sua geração e uma das mais conhecidas vozes femininas do gênero. Durante a divulgação deste último álbum, a artista afirmou que este seria um lançamento comemorativo aos seus quinze anos de carreira, em um disco que mostrasse sua maturidade. Essa é uma proposição que, infelizmente, não permanece durante todo o disco, que se perde em alguns momentos. Embora a rapper mineira entenda qual a identidade de seu som, a repetição dos seus moldes acaba esbarrando quase em uma pasteurização.

Logo no início, as duas primeira faixas – “Mais Sobre Mim” e “Não Vou Me Explicar”, respectivamente – soam quase idênticas, e essa similaridade permanece através de alguns elementos da produção, como o grave e certas batidas, durante a primeira metade do disco. Essa redundância sonora é algo que atrapalha até a entrega dos versos da rapper, que são bem construídos, mas que somem na produção insistente.

No entanto, Cynthia Luz demonstra que tem a capacidade fazer músicas que divergem do som aparentemente moldado. “O Talento” e “Angústia” mostram que inspirações de outros gêneros podem ser trazidas para dentro da proposta da rapper e agregar ao seu trabalho. Neste sentido, destaca-se, principalmente “Gaveta”, colaboração de Cynthia com Dinho, que encerra o disco.

A base Drum & Bass da faixa mostra que a rapper tem sim a capacidade de sair da lógica repetitiva e ousar no som, mas ainda deixa o questionamento de porque não ter feito isso na obra inteira. De todo jeito, ficam as esperanças de que no próximo disco Cynthia Luz entenda que identidade e coesão não são trazidas por sons semelhantes.

Ouça Ciclo Vicioso, de Cynthia Luz

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