4 Shazam Furia dos deuses
(Foto: Divulgação/Warner Bros).

Crítica: Shazam! 2 é uma aventura despretensiosa e divertida, mas menos cativante que seu antecessor

O segundo longa da franquia chega carregado de ação, comédia e até romance, mas o roteiro mediano impede que a trama alcance todo seu potencial

Crítica: Shazam! 2 é uma aventura despretensiosa e divertida, mas menos cativante que seu antecessor
2.5

Shazam! Fúria dos Deuses
David F. Sandberg

EUA, 2023, 2h10, 12 anos. Distribuição: Warner Bros. Pictures
Com Zachary Levi, Lucy Liu e Jack Dylan Grazer
Em cartaz nos cinemas

A sequência de Shazam! (2019) chegou aos cinemas rodeada de incertezas. Isso porque, com James Gunn e Peter Safran assumindo o comando do DC Studios, o futuro do super-herói ainda não está garantido dentro dos novos rumos reservados ao Universo Estendido da DC, o DCU. Mas, independente do destino da franquia, o segundo longa de David F. Sandberg chama a atenção e leva às telas uma aventura leve e divertida – mesmo que não consiga alcançar todo o brilho do primeiro filme.

Desta vez, acompanhamos os esforços do jovem Billy Batson (Asher Angel), na maior parte do tempo sob a forma do alter ego adulto, Shazam (Zachary Levi), para unir seus irmãos adotivos em torno do trabalho em equipe e construir uma reputação favorável enquanto grupo de super-heróis. O problema é que logo surgem as filhas da divindade Atlas. Com sede de vingança, o trio de irmãs chega ao mundo humano para recuperar os poderes que lhes foram roubados muito tempo atrás e reerguer o seu reino.

shazam 2
Lucy Liu e Helen Mirren interpretam as vilãs Kalypso e Hespera, duas das três filhas de Atlas. (Foto: Divulgação/Warner Bros).

Diferente do longa de 2019, agora não vemos tanto Billy em sua forma adolescente e, como esperado, o protagonismo fica por conta de Zachary Levi. Mais uma vez, ele encarna com surpreendente naturalidade todo o jeitão bobo e desajeitado do adolescente, agora com 17 anos, em processo de maturidade, o que proporciona boa parte do alívio cômico da trama – este, aliás, definitivamente um dos pontos fortes da franquia.

No entanto, sentimos falta de acompanhar um pouco mais da rotina dos personagens enquanto crianças e adolescentes, algo que havia sido tão bem explorado no primeiro filme. E, assim, mesmo com a boa dosagem de ação, comédia e até romance, Fúria dos Deuses até tenta, mas não consegue repetir todo o brilho do antecessor. É que o roteiro mediano privilegia “mais do mesmo” do gênero de super heróis.

De toda forma, vale ressaltar que a força da trama ainda reside nessa super família Shazam. Assistir às crianças cuidarem uma das outras ao mesmo tempo que se atrapalham enquanto super heróis continua sendo o ponto mais forte de conexão entre os personagens e o público. Tanto que perto do final, fica um gostinho amargo pela possibilidade de descarte desse núcleo tão único e carismático em razão das reformulações da DC Studios.

Mas, para nosso alívio, esse desfecho ainda parece não estar cravado. Pelo menos é o que dá a entender as duas cenas pós-creditos, que deixam as portas abertas para que o personagem vivido por Zachary Levi retorne nesse futuro proposto por James Gunn e Peter Safran e, aliás, expanda ainda mais o Universo DC.