Quinto álbum do projecto portuense renova competências anteriores ao serviço de canções despidas
Da colaboração da Revista O Grito!, em Lisboa
Se “Two Birds Blessing”, de 2009, personificava o espírito de que “mais é melhor”, por via de inúmeras colaborações musicais, “Old Jerusalem” não renega o princípio unificador da atenção às palavras, mas embarca numa jornada de folk de câmara intimista com os dois pés bem assentes nas emoções. Uma boa parte das canções revela elementos espectrais e purificadores. Na cintilante “Song of Daphne”, Francisco Silva dotado apenas de voz e guitarra acústica assina um dos melhores momentos líricos da sua carreira: “Even melancholy birds some time sing their mating song and Daphne, lessening one´s beauty is unnatural and wrong”. Sendo a canção mais antiga do novo trabalho, “Our Inland” ultrapassa com sucesso a condição bi-instrumental e revela apetites orquestrais, cabendo a “The Go-Between” o papel diplomático de apresentar o álbum, ultrapassando a toada taciturna dominante com cores pop e preservando o formato canção transversal a “Old Jerusalem”. A cover de “Candy Says”, do Velvet Undergound, representa um esforço interessante de folk etérea e, no final, somos elevados por um oportuno muzak de canções despidas. [Pedro Salgado]
OLD JERUSALEM
OLD JERUSALEM
[Pad, 2011]
NOTA: 8.0