billy wood kenny segal maps art
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billy woods e Kenny Segal convidam para uma viagem caótica no experimental Maps

Rap alternativo da dupla traz uma sonoridade inventiva que vai do trip hop ao jazz

billy woods e Kenny Segal convidam para uma viagem caótica no experimental Maps
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billy woods / Kenny Segal
Maps
Blackwoodz Studioz, 2023. Gênero: Rap

O rapper novaiorquino billy woods conquistou um relevo dentro do rap alternativo como poucos. Ao contrário de seus colegas que avançaram para um intercâmbio cada vez maior com o mainstream, ele manteve-se fiel na estrada mais experimental e inovadora do hip hop. Em uma década prolífica, iniciada em 2003 com Camouflage (2003), ele lançou praticamente um disco por ano até culminar no excelente Hiding Places (2019) e em Church, do ano passado.

billy woods é um dos rappers mais inventivos da América hoje, daqueles que levam o gênero a lugares ainda pouco explorados. Podemos elencá-lo ao lado de nomes igualmente criativos e inquietos, como Kendrick Lamar, por exemplo, com a diferença de que woods segue fora do radar.

Seu novo trabalho, ao lado de Kenny Segal, é impressionante por inovar mais uma vez, tanto na sonoridade quanto na temática. woods e Segal, que já trabalharam juntos em Hiding Places, decidiram contar a história de um protagonista que está constantemente em movimento, seja em aviões, em Uber, ou mesmo sozinho em hotéis. Os versos nunca saem dessa narrativa, ainda que abordam uma variedade de temas, indo do prosaico ao metafísico com facilidade.

Do ponto de vista das rimas, Maps é um trabalho poético de fôlego, pois aborda a vida na estrada como poucos discos fizeram até hoje. Nas batidas é igualmente impressionante, pois consegue ir do minimalismo com ecos de trip hop (“Rapper Weed”), à verve jazzística, como em “Blue Smoke” e “Bad Dreams Are Only Dreams”, passando pelo grooveado de “Soundcheck”. Kenny Segal adiciona mais instrumentação ao que estamos acostumados no trabalho de billy woods, como sax e piano.

Participações especiais dão às caras por aqui, como Aesop Rock, Elucid e Danny Brown (com seu vocal inconfundível em “Year Zero”). Certamente um dos pontos altos do hip hop no ano até aqui.

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