Especial Game Of Thrones: Crítica de O Festim dos Corvos, o quarto livro da série

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Quarto livro da série que inspirou Game Of Thrones frustra expectativas do leitor

Por Iara Lima
Da Revista O Grito!

Fenômeno editorial no mercado brasileiro e mundial, a saga de As crônicas de Gelo e Fogo (que todos já chamamos de A Guerra dos Tronos), da Editora Leya, está prestes a chegar ao quinto tomo no mercado editorial brasileiro, previsto para ser lançado em junho. O Festim dos Corvos, quarto livro do épico de George R. R.Martin, entretanto, pode deixar o leitor um tanto quanto ansioso e um quê frustrado em busca de fechamento de ciclos que são – mais uma vez – adiados.

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O principal trunfo de Martin é justamente o de nos fazer apaixonar e desapaixonar por cada personagem ao descentralizar o foco narrativo e delegar cada capítulo do livro a um dos componentes da história. Pois bem: lá vai a primeira frustração. Ao deixar os leitores sem fôlego ao final do terceiro livro, o autor suprime de O Festim dos Corvos as vozes de Tyrion, Jon Snow e Daenerys. Isso sem contar com Melisandre, Sir Davos Seaworth e Stannis Baratheon.

Não, eles também não estão mortos. E esta é a boa notícia, ainda que tímida. Segundo o próprio autor revela em nota explicativa ao final da obra, o volume completo com todos os personagens seria demasiado longo e uma saída honrosa seria dividi-lo em dois. Não convenceu. Ao leitor restam ainda mais perguntas, personagens, territórios, ensinamentos religiosos e uma miríade de novos cenários políticos em uma obra de 587 páginas.

Para os curiosos de plantão que ainda não o leram, aqui vão algumas satisfações sem recorrer a spoilers. Descobrimos um Jaime mais humano neste capítulo. Arya, apesar de ter apenas 3 episódios em quase 600 páginas, continua em busca de vingança. E, através dela, continua a trilhar a jornada que a tem forjado como uma das grandes promessas de Martin. Cersei, liberta da presença opressiva do pai – e de todos os homens que poderiam cerceá-la – segue munida da arrogância que lhe é peculiar. Não passa, entretanto, de uma mulher infeliz entregue ao esquecimento que só o vinho pode lhe trazer. Ironia do destino, não?

Resta-nos agora aguardar o quinto livro de Martin. Os apressadinhos que leram Dança dos Dragões no original (Dance With Dragons) não titubeiam em dizer que é muito mais ágil e melhor do que O Festim do Corvos. Aos cautelosos, não custa refletir: o primeiro livro da saga foi lançado em 1996 e o quinto (e último deles até agora) em 2011. Ultimamente Martin tem levado em média, de cinco a seis anos entre um livro e outro. Significa? Nesta pisadinha, ainda teremos que encarar mais uns 12 anos pela frente antes de saber quem vai conquistar o Trono de Ferro. Espero que Martin saiba nos mimar com melhores desfechos e até lá.

capaAS CRÔNICAS DE FOGO E GELO VOL. 4 – O FESTIM DOS CORVOS
George R. R. Martin
[Leya, 644 págs, R$ 49,90]
Tradução: Jorge Candeias

Nota: 7,9

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