NÃO TEM ROLÊ TRANQUILO
Deize Tigrona
Independente, 2024. Gênero: Funk, Eletrônica
Deize Tigrona é sinônimo de vanguarda. Seja no seu pioneirismo no funk, na abordagem sexual e feminista de suas letras ou, mais recentemente, na sua exploração da música eletrônica para dialogar com seu funk proibidão. Estando nessa abordagem musical há pouco mais de uma década, Deize parece se encontrar cada vez mais nas experimentações e, mais uma vez, mostra porque é reconhecida como pioneira.
Assim como em seus outros trabalhos, NÃO TEM ROLÊ TRANQUILO chega primeiro aos ouvidos pela sexualidade explícita e sem pudores, mas não falta introspecção e sensibilidade nas composições. “LSD” – parceria com Chediak e LARINHX – é o primeiro exemplo de como a linguagem sexual é apenas a forma primária de comunicação, que abre espaço pra sensibilidade e reflexões sobre as concessões e anulações impostas violentamente às mulheres.
A faixa-título do álbum, produzida por BADSISTA, é outro destaque do álbum, tanto na composição filosófica por Deize, quanto pela produção cosmopolita e engenhosa. Aliás, a produção do álbum chama atenção pela variedade de vertentes exploradas, com aproximações ao techno, trance, trap e o funk, lógico. Cada música mais diferente que a última, e é nessa espécie de incoerência que o disco ganha corpo; a experimentação e a diversidade é conceito de NÃO TEM ROLÊ TRANQUILO; um complemento musical à altura dos versos da Tigrona.
Ouça NÃO TEM ROLÊ TRANQUILO, de Deize Tigrona
- Duda Beat volta mais refinada e dançante em “Tara & Tal”
- Pabllo Vittar aumenta o tom da homenagem, mas mantém sua marca em “Batidão Tropical Vol. 2”
- Ana Luísa Ramos dá protagonismo aos vocais em “Solaris”
- Cynthia Luz busca maturidade em “Ciclo Vicioso”
- Sofia Freire ilustra as inquietações da mente no experimental “Ponta da Língua”
