Após uma semana de programação, a 15ª edição do Festival de Cinema de Triunfo chegou ao fim no Theatro Cinema Guarany, localizado no Sertão do Pajeú. O evento premiou produções pernambucanas e nacionais em diversas categorias, além de promover debates, oficinas e mostras especiais que destacaram a diversidade e a força do cinema regional e brasileiro.
O longa-metragem Légua Tirana, dirigido pela dupla Diogo Fontes Ek’derô e Marcos Carvalho Xôlaka, foi o grande vencedor da noite. O filme, que oferece um retrato poético de Luiz Gonzaga, gravado em sua terra natal, Exu, conquistou o júri oficial e o popular, além de levar prêmios como Melhor Roteiro, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator, com a performance de Kayro Oliveira.
Durante a cerimônia de encerramento, a secretária executiva de Cultura de Pernambuco, Yasmim Neves, ressaltou a importância do evento para o fortalecimento da cultura no estado. “Precisamos fazer uma cultura inventiva e afetiva. Tenho certeza de que o resultado deste festival reflete de forma muito intensa aquilo que estamos construindo na Secretaria de Cultura. Entregamos um festival com afeto e carinho, oportunizando outras pessoas a vivenciarem o cinema pernambucano e nacional”, afirmou.
A coordenadora-geral do festival, Maria Samara, destacou o processo de construção coletiva do evento e a valorização do interior do estado. “Foi um festival pensado na importância da ocupação dos espaços pelo interior. Participamos de escutas com os triunfenses, que trouxeram seus desejos, e acredito que esse diálogo foi fundamental para o sucesso desta edição. Quero agradecer a confiança dos triunfenses e do audiovisual no nosso trabalho”, declarou.
Entre os curtas-metragens, Samuel Foi Trabalhar, dirigido por Janderson Felipe e Lucas Litrento, foi o grande destaque, vencendo como Melhor Curta Nacional e sendo escolhido também pelo júri especial da Federação Pernambucana de Cineclubes. O prêmio de Melhor Curta Infantojuvenil ficou com Yadedwa Seetô, produção do Coletivo Cinema no Interior, realizado em parceria com a comunidade indígena Angico Pankararu.
O festival também contou com atividades formativas, como a oficina Outros Sertões e o Minuto, realizada na zona rural do município. A ministrante Mila Nascimento destacou a importância dessa ação. “É a primeira vez que o Festival de Triunfo leva uma atividade de formação para a zona rural. Um festival não pode ser só exibições, mas precisa olhar para a formação de plateia. Vivemos cinco dias de oficina com pessoas que nunca tiveram contato com o fazer cinematográfico”, afirmou.
Outras atividades incluíram a Mostra Judith Quinto, com produções locais, e um debate sobre os cinemas de rua do Sertão promovido pelo coletivo CineRuaPE.
Confira a lista de premiados do 15º Festival de Cinema de Triunfo:
Júri Oficial
Melhor Longa-Metragem Nacional:
Légua Tirana, de Diogo Fontes Ek’derô e Marcos Carvalho Xôlaka
Prêmios Técnicos (Longa-Metragem)
Melhor Direção: Victória Álvares e Quentin Delaroche (Tijolo por Tijolo)
Melhor Fotografia: Julia Zakia (Citrotoxic)
Melhor Montagem: Quentin Delaroche (Tijolo por Tijolo)
Melhor Roteiro: Tairone Feitosa, Diogo Fontes e Edineia Campos (Légua Tirana)
Melhor Produção: Carla Francine (Sekhdese)
Melhor Direção de Arte: Ana Carolina Borges e Michel Duarte (Légua Tirana)
Melhor Trilha Sonora: Wagner Miranda, com Hermeto Pascoal e Naná Vasconcelos (Légua Tirana)
Melhor Som: Quentin Delaroche e Victória Álvares (Tijolo por Tijolo)
Melhor Ator: Kayro Oliveira (Légua Tirana)
Melhor Atriz: Bianca Joy Porte (Citrotoxic)
Troféu Fernando Spencer (Melhor Personagem): Cristiane Martins de Souza Ventura (Tijolo por Tijolo)
Menção Honrosa: Cervejas no Escuro, de Tiago A. Neves
Melhor Curta ou Média-Metragem Nacional:
Samuel Foi Trabalhar, de Janderson Felipe e Lucas Litrento
Melhor Curta ou Média-Metragem Infantojuvenil:
Yadedwa Seetô, Coletivo Cinema no Interior
Melhor Curta ou Média-Metragem Pernambucano:
Carniceiros, de Geisla Fernandes e Wllyssys Wolfgang
Melhor Curta ou Média-Metragem dos Sertões:
Mestre Orlando do Couro: Ancestralidade Viva na Pele Talhada, de Bruno Marques
Melhor Filme Experimental:
Búfala, de Tothi Santos
Troféu Fernando Spencer (Melhor Personagem de Curta):
Socorro & Mazé, de João Marcello
Júri Popular
Melhor Longa Nacional: Légua Tirana, de Diogo Fontes Ek’derô e Marcos Carvalho Xôlaka
Melhor Curta Nacional: Mansos, de Juliana Segóvia
Melhor Curta Infantojuvenil: Yadedwa Seetô, Coletivo Cinema no Interior
Melhor Curta Pernambucano: Uma Irmã Mais Velha, de Drica Mendes
Melhor Curta dos Sertões: Lilith, de Nayane Nayse
Melhor Filme Experimental: Sustenta a Pisada, de Jéssika Betânia