Uma das vocações do Rec-Beat, que acontece dentro do Carnaval do Recife, é seu radar para o pop multicultural, muitas vezes negligenciado no calendário de shows e festivais no Brasil. Com ouvidos ligados no que anda sendo feito em países da América Latina, África e outros recantos, esses nomes menos conhecidos acabaram se tornando a cara do festival.
Este ano estarão presentes nomes como a austríaca Dorit Chrysler, que toca Teremin; dois destaques da cena latina, Dengue Dengue Dengue! e a dupla Mitu. Tem ainda o guitarrista nigeriano Keziah Jones e o argentino Axel Krygier.
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O Rec-Beat sabe aproveitar a folia momesca, aquele momento em que a audiência busca uma catarse legítima e não faz distinção de origem ou estilo. O folião quer mesmo é aproveitar a noite. Por isso muitas nomes desconhecidos por aqui se surpreendem ao criar uma empatia com a plateia depois dos primeiros acordes. É um fenômeno típico do Rec-Beat e que vem dando certo ao longo dos anos.
Este ano há boas surpresas. Selecionamos as bandas e artistas que valem a pena serem descobertos.
Axel Krygier (Argentina)
O carismático cantor e multi-instrumentista é considerado um dos mais importantes nomes da cena independente de Buenos Aires. O músico já tocou em diversos festivais e casas da Europa e Estados Unidos, onde apresentou sua mescla de cumbia, rock e jazz. Krygier toca piano, flauta, percussão, saxofone e acordeom, entre outros instrumentos.
Dengue Dengue Dengue! (Peru)
Por trás das máscaras exóticas e coloridas da Dengue Dengue Dengue! estão os DJs e produtores Felipe Salmon e Rafael Pereira. A sonoridade da dupla é uma mistura de música eletrônica e hip-hop com pegada interplanetária. Espécie de carimbó peruano globalizado. Em suas apresentações ao vivo, a dupla peruana se une a Nadia Escalante, mais conhecida como VJ Sixta.
Dorit Chrysler (Áustria/EUA)
Da ausência do contato físico faz-se a música de Dorit Chrysler. A austríaca tem como essência principal de seu trabalho o teremim, instrumento completamente eletrônico que emite sons a partir das oscilações da mãos dos músicos. Ela faz com a música eletrônica o mesmo que os roqueiros fizeram com o punk: simplificar para tornar ainda mais complexo. Dorit já em festivais internacionais renomados, como o Roskilde Festival e Coachella.
Keziah Jones (Nigéria)
Já ouviram falar em “blufunk”? É assim que o nigeriano Keziah Jones define sua mistura de sons africanos com blues, soul music e funk. Filho de um chefe de tribo nigeriana, além de cantar, ele é um exímio guitarrista. Em suas letras, Jones costuma fazer críticas a políticos e a todos aqueles “viciados” pelo poder. No Rec-Beat ele faz um show solo, acompanhado apenas de suas guitarras.
Mitú (Colômbia)
A dupla colombiana Mitú é formada pelas batidas eletrônicas dos teclados de Julian Salazar (integrante da consagrada banda colombiana Bomba Estéreo) e pelas percussões com influencias caribenhas de Franklin Tejedor. Majoritariamente instrumental, Mitú une música eletrônica a sons tradicionais colombianos. A apresentação no Rec-Beat será calcado no segundo álbum do projeto, “Balnear”.