Floating Points Cascade
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Floating Points faz disco talhado para as pistas em “Cascade”

O produtor britânico Sam Shepherd celebra a cultura clubber em uma coleção de batidões originais e complexos

Floating Points faz disco talhado para as pistas em “Cascade”
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Floating Points
Cascade
Ninja Tune, 2024. Gênero: Eletrônica/Dance


O produtor britânico Sam Shepherd é conhecido por seu trabalho meticuloso que explora as mais variadas possibilidades de diálogo e interação entre o house, o techno e o ambient jazz. Depois de dois excelentes álbuns, o esquisito e experimental Crush, e o opulento Promises, feito em parceria com o saxofonista Pharoah Sanders e a Orquestra Sinfônica de Londres, este novo registro tem um objetivo claro de ser talhado para as pistas de dança.

São nove faixas certeiras que batem logo de cara e que trazem uma ressonância clara com o básico do house, que é render horas e horas na pista na maior energia, sem enjoar. Shepherd, no entanto, não deixa de lado seu talento único de unir uma produção azeitada com uma instrumentação pensada nos mínimos detalhes. Um poperô classudo, bem dizer.

Formado em neurogenética, Sam Shepherd passou um tempo se dividindo entre a vida de estudante Phd e DJ/produtor. Faz parte da mesma geração e cena eletrônica que gerou nomes como Four Tet e Caribou. Seu olhar para a eletrônica sempre se baseou na pesquisa e no intercâmbio com referências e vertentes cujo diálogo nem sempre estava claro. Por isso, é interessante ver que ele se saiu bem justo no disco em que olhou para a dance music de maneira mais direta e assertiva.

Os resultados continuam originais, um tanto imprevisíveis, mas o resultado é uma coleção de faixas que agradarão até quem ainda não é familiar com o seu trabalho. É um trabalho de batidas palatáveis, divertidas, como as irresistíveis “Vocoder [Club Mix]”, com seus mais de 7 minutos e “Birth4000”, uma house chique e encorpada que faria sucesso em qualquer set moderno.

Mas ainda há espaço para surpresas. “Ocotillo”, com suas batidas precisas, traz a participação do harpista etíope Miriam Adefris e uma virada final impressionante. “Afflecks Place” é um ambient jazz que conjura um espírito de rave, enquanto “Ablaze” é a mais pura delicadeza ambient, que encerra o disco.

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