Celso Marconi morreu na noite desta terça-feira (02), aos 93 anos, em Olinda, por falência múltipla dos órgãos. Marconi foi jornalista, crítico de arte, professor e deixou um legado na formação do audiovisual e do jornalismo cinematográfico de Pernambuco.
A Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), por nota, lamentaram a morte do jornalista, lembrando a sua “função inestimável” e seu serviço para aparato cultural público quando se tornou diretor do Museu da Imagem e do Som.
“Em especial, nesses 50 anos de história da Fundarpe recém-completados, podemos afirmar que Celso Marconi foi uma das figuras-chave no cumprimento da missão da Fundação.”, afirma o comunicado
Trajetória
Nascido no Recife em 1930, sua trajetória na imprensa teve início na década de 1950, contribuindo para veículos como Folha do Povo, Jornal Pequeno e o Diario de Pernambuco. Os anos 1960 marcaram uma fase significativa em sua carreira, integrando a diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e em 1962, encontrou seu espaço na equipe da edição Nordeste do Última Hora, onde começou a assinar uma coluna de cinema com seu próprio nome, consolidando-se como crítico de cinema.
A ditadura militar, que se instaurou em 1964, teve um impacto direto em sua vida, resultando em sua prisão por quatro meses. Contudo, Celso Marconi retornou à imprensa em 1966, dedicando mais de duas décadas ao Jornal do Commercio, onde atuou como crítico de arte. Sua contribuição no cinema está nos quase 20 filmes produzidos na década de 1970.
Nos anos 1980, Marconi expandiu sua atuação para o ensino, lecionando jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco. Sua paixão pela cultura e pelo jornalismo cultural o levou a assumir a editoria do Suplemento Cultural, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), e a gestão do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco em 1991. Ele também teve participação ativa nas primeiras edições do Festival de Inverno de Garanhuns e inaugurou o Cine Ribeira no Centro de Convenções.
Em 2020, sua vida e legado foram imortalizados na biografia “Celso Marconi: O senhor do tempo”, assinada por Luiz Joaquim e editada pela Cepe. Mesmo após tantos anos de dedicação à cultura e ao jornalismo, Celso Marconi continuou a compartilhar seu conhecimento e paixão através das redes sociais, escrevendo artigos e críticas cinematográficas.