musicas de 2023 2

As 50 Melhores Músicas de 2023

NewJeans, Lana Del Rey, Idlibra, SZA, ANOHNI, Olivia Rodrigo e Ana Frango Elétrico entre os destaques musicais deste ano

Ilustração: Rogi Silva.
Edição: Paulo Floro e Alexandre Figueirôa

Montar listas de melhores músicas é sempre um exercício de futurologia. É uma tentativa de imaginar que músicas ainda estarão relevantes passados vários anos de seu lançamento. O primeiro critério, porém, é mais urgente e diz respeito ao agora: que faixas ressoam forte desde a primeira vez que ouvimos?

A alista das 50 melhores músicas de 2023 da Revista O Grito! se equilibra entre esses dois momentos: pensar a importância das faixas e de seus respectivos artistas de um ponto de vista histórico, destacando sua importância para o cenário pop atual; e o impacto mais imediato, de potência e emoção. Porque música também precisa ser sentida.

Este ano, nomes como Bixarte, ANOHNI, Irmãs de Pau e Urias mostraram a força da representatividade trans no pop nacional, enquanto Martinho da Vila e Xande de Pilares investiram no poder da MPB e dos cantos tradicionais em seus trabalhos. Tivemos ainda novidades boa vindo da música eletrônica, como Overmono, Swimming Paul e Idlibra. E o que dizer do pop em 2023? NewJeans, Troye Sivan, Ana Frango Elétrico, Olivia Rodrigo, SZA e muitos outros colocaram o sarrafo já bem alto do gênero ainda mais no topo.

Ouça as faixas ao longo do post com os nossos comentários. Também fizemos uma playlist especial no Spotify com todas as músicas.

Acompanhe nosso especial de Melhores de 2023

As 15 Melhores Séries

Os 30 Melhores Quadrinhos

Os 30 Melhores Discos

Os 30 Melhores Filmes


50
Bixarte com Urias – “Pitbull Sem Coleira”

Pop que transborda poder, a colaboração entre Bixarte e Urias é uma celebração à autoestima de mulheres trans – mensagem geral do álbum a qual pertence. Com uma batida envolvente e letras provocativas, a música exibe liberdade e autenticidade. – Antônio Lira.


49
BADSISTA – Vem Pra Zona Leste”

Badsista segue executando com maestria os cruzamentos entre o funk e a música eletrônica. “Vem Pra Zona Leste” é uma representação excelente da sofisticação que resulta da união de um house com os graves e beats do funk. Um som contemporâneo,  genuinamente brasileiro que representa uma produção dissidente interessante. – Antônio Lira.


48
Vulgo FK, MC PH, Veigh, Pedro Lotto e Fepache – “Ballena”

Vulgo FK se destaca hoje como um dos nomes mais importantes da nova geração do trap/rap nacional. Na provocante “Ballena”, as rimas afiadas e as batidas envolventes convergem em uma atmosfera simultaneamente sensual e crítica; tudo isso ao lado de parcerias de peso. – Gabriela Agra.


47
Amaro Freitas com Hamid Drake, Shabaka Hutchins e Aniel Somellian – “Encantados”

Já antecipando seu aguardado novo disco, que chega em 2024, Amaro Freitas mergulha nos mistérios da floresta amazônica em sua fusão de ritmos cheia de surpresas e personalidade. O novo trabalho contará com participações especiais que dão o tom da estatura atual do músico pernambucano em seu gênero, com destaque para a lenda do jazz Hamid Drake, que aparece nessa faixa cheia de energia. – Paulo Floro.


46
bule – “tudo pra mim”

A banda pernambucana Bule prossegue confortável na sua trilha de músicas dançantes românticas. A canção integra o álbum Lançando sem ninguém me ouvir pelo selo Toca Discos, cujo foco é o sentimento de perda do fim de uma relação amorosa. A voz meiga de Pedro Lião dá o tom de melancolia suave que já se tornou uma marca do grupo. – Alexandre Figueirôa.


45
Omar Apollo – “Ice Slipping”

A bela “Ice Slippin” só confirma o talento desse mexicano-americano que vem conquistando corações mundo afora, sobretudo o público LGBTQIA+. Ele chegou a ser acusado de praticar queerbaiting, mas foi nas redes sociais e provou que é sim do babado. Segundo o artista, a música relembra os pensamentos que lhe ocorreram quando se assumiu para a família. – Alexandre Figueirôa.


44
Amaarae – “Co-Star”

A cantora ganense-estadunidense Amaarae retornou este ano com um disco pop cheio de letras ácidas e um humo que mistura sensualidade e toques de nonsense. “Co-Star” é uma divertida faixa dançante de R&B eletrônico sobre signos do Zodíaco, com destaque para a voz e interpretação inconfundíveis da artista. – Paulo Floro.


43
Bad Bunny – “Where She Goes”

Single de estreia do mais recente disco do rapper porto-riquenho, a faixa navega por uma atmosfera sedutora e apaixonada e propõe uma fusão interessante entre elementos do trap, drill e do dembow, ritmo dominicano. – Gabriela Agra.


42
Tatá Aeroplano – “Boate Invisível”

A mistura de psicodelia e rock do músico, compositor e DJ paulista tomou rumos nostálgicos dançantes em 2023 traduzidos de forma perfeita nesta música que integra o álbum do mesmo nome. As pistas das casas noturnas dos anos 1980 e a icônica banda New Order são a inspiração para essa deliciosa canção cheia de lirismo e nostalgia. – Alexandre Figueirôa.


41
Rubel com MC Carol, BK’ e DJ Gabriel do Borel – “Putaria”

Rubel surpreendeu com uma faixa totalmente diferente do que estamos acostumados para falar de sexo de maneira despretensiosa, livre, deliciosa com a participação de BK’, DJ Gabriel do Borel e MC Carol. O verso de Carol, inclusive, é um dos melhores versos do pop brasileiro este ano, arte pura. – Paulo Floro.


40
Blur – “The Narcissist”

O retorno da banda inglesa Blur com o álbum The Ballad of Darren foi um acontecimento. Desde 2015 eles não lançavam nenhuma música inédita. Um disco de canções com letras simples e melodias que nos levam a lembrar como o grupo foi essencial para o indie pop dos anos 1990. “The Narcissist” fala de conexão pelo amor com o vocalista Dalmon Alborn nos convidando a olhar para o espelho e seguir tranquilo. – Alexandre Figueirôa.


39
boygenius – “Not Strong Enough”

Um dos maiores destaques do rock atualmente – Phoebe Bridgers, Julien Baker e Lucy Dacus – unirem mais uma vez no projeto boygenius e com isso soltaram ao mundo um dos melhores trabalhos do rock em 2023. “Not Strong Enough”, carregada de emotividade e nostalgia, reafirma a excelente química do trio. – Paulo Floro.


38
Victoria Monet – “On My Mama”

A mistura de  neo-soul e pop de Monet é uma explosão de carisma. “On My Mama” tem uma produção rica, que dá ainda mais molho à letra, por isso o resultado é uma faixa que se transforma em um hino de confiança e autoafirmação. – Antonio Lira.


37
Xande de Pilares – “Muito Romântico”

A interpretação de Xande de Pilares para o cancioneiro de Caetano Veloso revelou outras nuances e camadas do trabalho de Caetano que ninguém estava prestando atenção. “Muito Romântico”, música de 1978, ganhou uma levada mais acentuada ao samba que evidenciou ainda mais a dualidade melancólica e alegre da canção. – Paulo Floro.


36
The Beatles – “Now and Then”

Os vocais de John Lennon reencontram a bateria de Ringo, o baixo e o piano de Paul e a guitarra de George Harrison pela última vez (agora com uma ajudinha da inteligência artificial). A faixa, uma canção melancólica sobre amor, surpreende não só pela mixagem, mas sobretudo pela vivacidade com a qual evoca toda a nostalgia sessentista da banda. – Gabriela Agra.


35
Shakira e Fuerza Regida – “El Jefe”

Pela primeira vez a cantora colombiana interpreta um gênero regional mexicano. Em parceria com o grupo Fuerza Regida, Shakira nos trouxe uma canção de crítica social pela situação dos trabalhadores imigrantes latinos com pitadas de desabafo pessoal contra o seu ex-sogro e em defesa da babá de seus filhos que teria contado para ela da traição que a cantora sofria do marido. Quiproquós à parte, a música é muito bacana. – Alexandre Figueirôa.


34
Swimming Paul – “Fading”

“Fading”, do produtor britânico Swimming Paul é uma faixa etérea e imersiva que mostra a força que o deep house inglês ainda possui na música eletrônica. Beats que lembram um tecno mais pesado vão servindo de base para uma bateria empolgante que vai ditando o som até o clímax perto do final, tudo embalado por uma letra cheia de otimismo. Impossível não se emocionar. – Paulo Floro.


33
Irmãs de Pau – “Medley do Submundo”

O single marca a abertura de uma nova fase na carreira da dupla, cujas letras ficaram conhecidas por quebrar padrões na música. São seis minutos de uma explosiva combinação entre batidão funk e versos proibidões sobre sexualidade, desejo e prazer na perspectiva de corpos dissidentes. – Gabriela Agra.


32
UANA – “Pena Que Acabou”

A faixa é uma carta de despedida para quem cometeu o erro de se apaixonar. UANA, revelação do pop brasileiro, esbanja sensualidade e confiança em uma canção chiclete que fica na mente logo na primeira reprodução. – Antonio Lira.


31
VHOOR – Paradise Baile”

Victor Hugo de Oliveira Rodrigues, o VHOOR, foi um dos produtores mais prolíficos de 2023, com uma série de singles que reforçam seu interesse em pesquisar e explorar diferentes ritmos brasileiros, sobretudo o funk. “Paradise Baile” é um batidão electrofunk que faz referência ao famoso clube novaiorquino Paradise Garage. – Paulo Floro.


30
Caroline Polachek – “I Believe”

Escrita por Polachek depois da morte prematura da DJ e produtora escocesa Sophie – que também era sua amiga -, a faixa emocionante é como um “até logo” de que alguém que crê com tudo de si de quem nem a morte separa duas pessoas que se amam. – Antonio Lira.


29
N.I.N.A. com MC Luanna – “Karma”

Rap potente e honesto, a faixa propõe um dilema moral entre duas mulheres que discutem erros passados com a sua “amizade” em jogo. N.I.N.A e MC Luanna usam versos rápidos para colocar o ouvinte na posição de decidir quem está correta.  – Antonio Lira.


28
Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo – “Segredo

“Segredo” foi a faixa que tornou conhecida a banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (há várias outras tão boas quanto essa) e ressoa forte no ouvinte LGBT ao falar de uma pessoa que vive uma relação ainda não totalmente assumida com alguém. A faixa é interessante tanto pela interpretação de Sophia quanto pelos diferentes movimentos ao longo da audição. – Paulo Floro.


27
Ava Rocha – “Beijando Todos Vocês”

Ava Rocha segue injetando essa energia inusitada e provocativa na MPB. “Beijando Todos Vocês”, uma balada que soa como uma homenagem e agradecimento pelos novos tempos pós-pandemia que se abrem cheios de possibilidade. A faixa foi dedicada à filha da artista, Uma. – Paulo Floro.


26
Jorja Smith – “Little Things”

Outro grande retorno deste ano, a britânica Jorja Smith trouxe um hino pensado para ser infalível nas pistas, misturando ao seu pop influências do grime, drum&bass e dance. – Paulo Floro.


25
Urias – “CUNTELECTUAL”

Ele é o momento no dance-pop-batidão brasileiro, não tem pra onde. “Cuntelectual” é um clássico das pistas, pensado para soar pesado e ressoar com força no coração e mentes das audiências LGBTQIA+ mundo afora. Um hit instantâneo para as pistas nos clubes Brasil afora. – Paulo Floro.


24
Lia de Itamaracá – “Dorme Pretinho”

“Duerme negrito” é uma antiga canção de ninar popular surgida na fronteira entre Venezuela e Colômbia que conta a história de uma mãe que deixa seu filho com uma pessoa para ir trabalhar no campo. Consagrada por nomes como Mercedes Soza, a música ganhou essa adaptação da cirandeira Lia de Itamaracá que nos encanta e emociona com sua voz grave e terna. – Alexandre Figueirôa.


23
Mateus Fazeno Rock com Jup do Bairro – “Jesus Ñ Voltará”

A faixa-título do disco de Mateus Fazeno Rock é uma ópera perturbadora que remexe nas entranhas das estruturas da sociedade brasileira sem rodeios. O resultado é uma faixa inquietante que fala sobre preconceito racial e de classe com uma batida soturna. A participação de Jup do Bairro torna tudo ainda mais potente. – Paulo Floro.


22
Tinashe – “Needs”

Tinashe começou bem sua nova fase, agora como artista independente. “Needs” é um R&B contangiante que figura entre o melhor que o gênero produziu esse ano. Refrão pegajoso, sensualidade, batidas pensadas para as pistas, animação lá no topo, tudo foi pensado para essa faixa se tornar irresistível desde o primeiro acorde. – Paulo Floro.


21
Paramore – “Thick Skull

Impregnado de influências pós-punk, o novo disco do Paramore evidenciou o amadurecimento sonoro do grupo. Faixa de encerramento do álbum, a sóbria “Thick Skull” é uma das que melhor sintetiza esse desenvolvimento, destacando por que a banda não se reduz à nostalgia dos anos 2000. – Gabriela Agra.


20
PinkPantheress com Ice Spice – “Boy’s a Liar Pt. 2”

Nova queridinha no cenário musical, a britânica PinkPantheress apresenta uma proposta originalmente introspectiva que acaba potencializada com o flow atrevido da rapper Ice Spice. O resultado é uma colaboração dicotômica que, paralelamente, emana pura sintonia. – Gabriela Agra.


19
Kali Uchis – “Moonlight”

Kali Uchis segue reforçando sua assinatura inconfundível que une ritmos latinos com pop e R&B neste hit “Moonlight”, em que explora sua interpretação primorosa com uma produção sofisticada para evidenciar sua persona artística. – Paulo Floro.


18
Marcelo D2 – “ATÉ CLAREAR.

A melodia do samba encontra o grave eletrônico do rap para formar o “novo samba tradicional”, proposto por Marcelo D2. A alegre e festiva “ATÉ CLAREAR.” traduz esse conceito de forma primorosa, rendendo ainda homenagens a lugares emblemáticos e grandes personalidades do samba. – Gabriela Agra.


17
Olivia Rodrigo – “all-american bitch”

Olivia Rodrigo desabafa sobre as dores do amadurecimento em GUTS, segundo álbum da carreira. Faixa de abertura do disco, “all-american bitch” traz à tona inseguranças e ansiedades de forma ácida e honesta, oscilando entre uma balada ingênua e um pop rock descontrolado, no melhor sentido da palavra. – Gabriela Agra.


16
Sofia Kourtesis – “Madres”

A cantora e produtora peruana Sofia Kourtesis chegou com um trabalho carregado de vulnerabilidade para falar de luto e recomeço. “Madres”, a faixa-título é uma balada eletrônica repleta de beats milimetricamente orquestrados que funciona como uma homenagem a todas as mães. “Venha, criança, você que está aí, volte pra casa”, diz a letra. – Paulo Floro.


15
Baby Keem e Kendrick Lamar – “The Hillbillies”

Baby Keem e Kendrick Lamar, que são primos, retornam para mais uma faixa em parceria, desta vez em uma produção mais relaxada, em que exploram todo o lado bom de quando estão juntos. É uma faixa experimental, mas que vai fundo nas batidas mais dançantes. Entrosamento genuíno rende pérolas como essa. – Paulo Floro.


14
Noname com Common e Ayoni – “oblivion”

Um dos nomes mais interessantes do rap alternativo, Noname retornou este ano com um trabalho ainda mais ousado, repleto de participações. Seu flow segue afiadíssimo e costurado por uma produção que passeia entre o jazz e a eletrônica, como é o caso dessa “oblivion”. – Paulo Floro.


13
Big Thief – “Vampire Empire”

“Vampire Empire” sempre era cantada em shows do Big Thief, mas só agora foi finalmente gravada em estúdio. Recuperando suas influências do country e folk, o grupo constrói essa balada estranha com uma parede de riffs que vão dando o tom para a interpretação ao mesmo tempo raivosa e delicada de Adriene Lenker. – Paulo Floro.


12
Overmono – “Good Lies”

Os irmãos galeses Ed e Tom Russel retornam após quase dez anos de hiato com um conjunto de hits que exploram uma fusão de gêneros típicos da cena eletrônica britânica, do dubstep ao house. “Good Lies” é uma das melhores faixas eletrônicas do ano por sua estrutura complexa, detalhista, mas que soa incrivelmente pop e acessível aos ouvidos. – Paulo Floro.


11
Kylie Minogue – “Padam Padam”

A música do verão para o hemisfério norte, hit global e novo hino LGBTQIA+. O single de Kylie Minogue é uma celebração à música pop de forma tão clássica que só ela conseguiria fazer. – Antonio Lira.


idlibra

10
IDLIBRA – “Breganbass”

A produção marcante de Idlibra, projeto autoral de música eletrônica da DJ, curadora, artista audiovisual e produtora pernambucana Libra Lima, é o principal chamariz de “Breganbass”. A faixa subverte barreiras entre os gêneros e mostra que música eletrônica e brega funk estão mais próximos do que se imagina. A música faz parte de Muganga, primeiro EP da artista, lançado este ano. – Antonio Lira.


attachment kelela raven crop 1052x592 1

09
Kelela – “Contact”

A faixa mais popular do Raven é um R&B sensual e solitário que evoca a solidão capaz de existir até mesmo em uma boate lotada. Kelela usa uma produção quase nostálgica que remete ao R&B e o pop britânicos produzidos no início dos anos 2000. Música que convida o ouvinte a um mergulho na história contada nela. – Antonio Lira.


Screenshot 2023 02 14 185537

08
Lana Del Rey – “A&W”

Lana Del Rey abandona a zona de conforto e desbrava um território íntimo e experimental na vulnerável “A&W”. São sete minutos de desabafos profundos sobre sexualidade, feminilidade e perda da juventude acompanhados de uma sofisticada progressão que vai do piano a batidas de rap. – Gabriela Agra.


ana capa 2
Foto: Hick Duarte.

07
Ana Frango Elétrico – “Insista Em Mim”

Balada disco envolvente, é um lamento de alguém que está rendido a um amor, mesmo que não seja correspondido na mesma medida. A composição esperta e íntima de Ana Frango Elétrico desperta uma identificação com o ouvinte, que se coloca no lugar do eu lírico e acaba também insistindo numa paixão desigual. – Antonio Lira.


Sufjan Stevens

06
Sufjan Stevens – “Will Anybody Ever Love Me?”

A primeira faixa de Javelin, novo disco de Sufjan Stevens, é uma balada sincera e muito emotiva de alguém na angustiante espera de um amor correspondido. As harmonias vocais, o piano e o delicado arranjo de cordas tornam a faixa incrivelmente contundentes: um indie-folk meloso altamente romântico, mas irresistível. – Paulo Floro.


8 36a8456 sy nj 1
Divulgação/ADOR

05
NewJeans – “Super Shy”

Cantando sobre agruras típicas da adolescência (paixonite pelo garoto mais popular, inseguranças em relacionamentos), Minji, Hanni, Danielle, Haerin e Hyein soltaram um dos maiores hits do ano. O NewJeans é o grupo mais interessante a surgir no k-pop por seu interesse em buscar referências mais contemporâneas ao som. “Super Shy” foi coescrita pela dinamarquesa Erika De Casier, talentoso nome do pop alternativo atual e tem uma batida que remete ao melhor do drum’n’bass ao mesmo tempo que ainda mantém o sabor “soft” e relaxado do k-pop. – Paulo Floro.


sza

04
SZA – “Kill Bill”

Principal hit de SOS, segundo disco de SZA, a vingativa “Kill Bill” dominou as paradas este ano. E não é para menos. A cantora, que tem alcançado feitos históricos para o R&B, apresenta uma balada leve e harmoniosa que impulsiona uma letra ousada e sombria, mas paradoxalmente divertida sobre o término de um relacionamento. Enquanto coloca para fora sentimentos sinceros e conflitantes de raiva e desilusão, a faixa mescla também referências à famosa franquia de Quentin Tarantino, o que a fez render ainda um dos videoclipes mais marcantes deste ano. – Gabriela Agra.


Negra Opera album de Martinho da Vila foto © Leo Aversa
Foto: Leo Aversa/Divulgação.

03
Martinho da Vila e Preto Ferreira – “Exu das Sete”

Uma das faixas inéditas de Negra Ópera, “Exu das Sete” é uma canção que homenageia um dos mais importante orixás das religiões de matriz africana. A faixa é também a estreia como cantor do filho de Martinho da Vila, Preto Ferreira. Indo fundo na homenagem que presta ao cancioneiro de terreiro, o músico constrói a faixa em cima da percussão bem cadenciada, uma típica gira da umbanda. O resultado é uma música potente, que evidencia ainda mais a importância de Martinho da Vila para a música brasileira. – Paulo Floro.


troye

02
Troye Sivan – “Rush”

Entre as novas estrelas da música pop, o sul-africano naturalizado australiano Troye Sivan é um dos nomes de maior destaque neste ano. Gay assumido e militante LGBTQIA+, o moço lançou em 2023 o álbum Something To Give Each Other do qual a música “Rush” foi o seu carro-chefe. A canção mescla deep house com o pop e fala da intensidade despertada pelo desejo e pela paixão e das sensações que elas provocam nos nossos corpos. Um clipe vibrante retratando só gente bonita e explodindo em sensualidade, acompanhou o lançamento da música, mas recebeu críticas por só mostrar pessoas esbeltas e saradas. A queixa faz sentido, mas a música pop nem sempre é feita para salvar o mundo. Então relaxe e dance. – Alexandre Figueirôa.


ANOHNI no especial Melhores Músicas de 2023.
Foto: ANOHNI, Nomi Ruiz/Rebis Music/Divulgação.

01
ANOHNI com Antony and The Johnsons – “It Must Change”

Com colaborações com artistas como Lou Reed e nas gravações do álbum Volta, de Bjork, a cantora e compositora britânica radicada em Nova York ANOHNI e seu grupo Antony and the Johnsons desde 2016 vem atraindo a atenção da cena musical internacional. Anohni foi a primeira mulher transgênero nominada ao Academy Award e, hoje, aos 52 anos, vive um dos melhores momentos de sua carreira. “It Must Change” é uma canção emocionante que fala sobre a necessidade de se mudar as coisas. Tem também em seu âmago o discurso anticapitalista que vem pautando os trabalhos de ANOHNI desde que se lançou em carreira solo. A voz grave e aveludada de ANOHNI e uma melodia indie rock flertando com a soul music nos convida a transformar a nossa forma de pensar e sentir o mundo. A capa do álbum homenageia a ativista Marsha P. Johnson. Um primor. – Alexandre Figueirôa.