O pianista pernambucano Renê Freire lançou o álbum Átrio, embora completamente instrumental, imerso em temáticas voltadas à saúde mental presentes na vida do autor, na expressão dos sentimentos da depressão e da síndrome do pânico. Com oito faixas, o disco explora o fazer musical do ponto de vista criativo.
Vindo da dissertação de mestrado de Renê em Composição na Universidade Federal da Paraíba, Átrio passou a ser mais que um estudo, revelando-se como um registro cru e orgânico do piano solo no processo de criação e expressão do músico.
O lançamento conjunto é dos selos experimentais Brava (SP) e MenasNota (BA), tem produção assinada pelo próprio pianista ao lado do orientador Valério Fiel da Costa, com efeitos eletrônicos de Luã Brito, mixagem e masterização por Emygdio Costa.
A palavra que intitula o álbum, tem, além do sentido ligado à arquitetura – fazendo referência às entradas e salas principais de construções desde a antiguidade -, um teor anatômico. O átrio é a primeira câmara de cada lado do coração, por onde passa o sangue.
“Partindo desta minha compreensão em relação aos processos criativos, o uso do termo Átrio passou a ter um significado de ‘a sala principal’, ‘a entrada’ para as minhas emoções mais profundas, assim como as câmaras do coração, órgão este que popularmente é relacionado com as emoções e os sentimentos”, revelou Renê.
O novo projeto vem após o lançamento do primeiro álbum solo Nevroses (2020) pelo selo Música Insólita. Renê carrega influências da música do começo do século vinte e vinte um. Natural de Caruaru, o artista mescla peças de música contemporânea para piano e mista (piano e eletrônicos).