Mostra Ecofalante de Cinema exibe 125 filmes de 33 países com foco em questões socioambientais

Evento gratuito ocorre em São Paulo entre 28 de maio e 11 de junho; programação conta com debates, retrospectiva feminista e homenagem a Hermano Penna

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"O Efeito Casa Branca" (Foto: Divulgação).

Reconhecida como o principal evento da América do Sul dedicado ao audiovisual socioambiental, a 14ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema será realizada entre os dias 28 de maio e 11 de junho, em 49 espaços da cidade de São Paulo, com entrada franca. A programação contempla 125 filmes de 33 países, além de encontros com especialistas, mostras temáticas e sessões seguidas de debates.

Neste ano, 62,4% das produções exibidas são dirigidas por mulheres, representando um marco para o festival. Entre os destaques da edição está a retrospectiva 1975/85, Do Ano Internacional da Mulher à Década do(s) Cinema(s) Feminista(s), que celebra os 50 anos do marco estabelecido pela ONU em 1975. A mostra reúne obras de cineastas como Márta Mészáros, Lana Gogoberidze, Helke Sander, Lizzie Borden, Joyce Chopra, Claudia Weill, Helena Solberg, Ana Maria Magalhães e Eunice Gutman.

O festival também homenageia o cineasta brasileiro Hermano Penna, diretor de Sargento Getúlio (1980), que terá sessão especial no dia 1º de junho, seguida de encontro com o realizador e o ator Lima Duarte. Outras obras de Penna, como Fronteira das Almas (1987) e Voo Cego Rumo Sul (2004), integram a homenagem.

A Mostra se distribui por salas como Reserva Cultural, Cine Satyros Bijou e o Circuito Spcine Lima Barreto, além de 45 espaços culturais e educacionais, como Fábricas de Cultura, CEUs e universidades.

Entre os temas abordados pelos filmes estão emergência climática, contaminação, migração, ativismo, questões urbanas e direitos dos povos originários. O Panorama Internacional Contemporâneo reúne 32 títulos divididos em seis programas temáticos e dois especiais, cada um seguido de debates com especialistas.

Algumas das produções de destaque incluem Favoriten (Áustria), vencedor do Peace Film Award em Berlim; Yintah (Canadá), premiado no Hot Docs; Neve Negra (EUA/Dinamarca), reconhecido no Festival de Sydney; Democracia Noir (Hungria); e Made in Ethiopia, com menção honrosa no Festival de Tribeca. Já O Efeito Casa Branca, documentário codirigido pelo brasileiro Pedro Kos, trata da influência política na crise climática e abre a programação do evento.

O festival também promove sessões especiais de obras como Rigoroso Escrutínio, exibido em Sundance, que discute legislações transfóbicas; Feitos de Plástico, sobre microplásticos no corpo humano; Nossa Terra, Nossa Liberdade, sobre colonialismo no Quênia; Memória Implacável, que revisita a expulsão do povo Mapuche; e Desterrar, sobre os impactos da mineração em comunidades indígenas nos EUA.

Entre os convidados internacionais, destacam-se o francês Cyril Dion, que apresentará os documentários Amanhã e Animal, e Bernard Kuhn, curador do Festival Internacional do Filme de Educação (FIFE), parceiro da Mostra nesta edição.

As competições Territórios e Memória e Curta Ecofalante premiam produções brasileiras recentes, com destaque para filmes realizados por estudantes de cursos audiovisuais. Já os programas especiais brasileiros incluem pré-estreias e curtas da Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas –, além do documentário Um Olhar Inquieto: O Cinema de Jorge Bodanzky.

A Mostra Ecofalante de Cinema é uma realização da organização Ecofalante, com patrocínio da White Martins, Itaú e Spcine. A programação completa está disponível no site oficial do evento.