A banda Jambu lança nesta segunda-feira (28) o álbum MANAUERO, pela gravadora Deck. Formado por Gabriel (voz e guitarra), Bob (guitarra), Guga (baixo) e ysmn (voz e bateria), o grupo apresenta um trabalho que revisita memórias da infância e juventude em Manaus, após um período de residência em São Paulo.
De acordo com a banda, a mudança para o Sudeste em 2023 impulsionou uma reaproximação com as raízes musicais e afetivas. “Para nós foi uma grande mudança ter vindo para o Sudeste e ao mesmo tempo vivermos esse resgate das nossas memórias através das lembranças, saudades e incertezas”, afirmou o baixista Guga.
O novo álbum marca uma ampliação nas referências sonoras do grupo, que anteriormente se aproximava do indie rock. Em MANAUERO, a banda incorpora elementos de reggae, forró e música eletrônica. A produção contou com a participação de quatro produtores convidados: Lucas Cajuhy, Zeca Leme, Roberto Kramer e Bezebra.
Entre as faixas, “deixa fluir” apresenta sonoridade pop com influência do reggae. “eu te espero” traz ritmos acelerados e aborda a saudade de casa, enquanto “cerveja gelada” foi composta durante um dia de calor intenso em São Paulo, com letra que mantém ambiguidade sobre a identidade do eu lírico.
MANAUERO também inclui reflexões sobre temas sociais e históricos. A faixa “latinoamericano” questiona a maneira como a história da América Latina é apresentada nas escolas. “Como as histórias que ouvimos nunca são esclarecedoras sobre as sociedades que habitavam a terra desde o início, o que aprendemos nas escolas são só visões vindas dos colonizadores, como se só houvesse história humana na América Latina a partir da chegada deles, e isso se reflete nas nossas mentes até hoje”, explicou Gabriel Mar. Segundo ele, “Vindo de Manaus, fica mais fácil de perceber o quanto dividimos culturas e tradições com outros povos de outros países vizinhos, mas ainda somos incapazes de nos reconhecermos como parte do continente, como irmãos de território”.
O álbum traz ainda “INCENDEIA”, canção composta por Eugênio Mar, avô de Gabriel, que descreve o calor do Brasil e o contato com a natureza. “Meu avô é músico, já tinha essa canção há muito tempo e resolvemos gravar. Foi uma realização muito grande”, disse o músico.
