Documentário “Sangue: vidas e lutas quilombolas em defesa do rio” tem lançamento online nesta quarta (4)

Sob a direção da jornalista Débora Britto, o filme reúne histórias da comunidade quilombola Ilha de Mercês diante dos impactos provocados pelo Porto de Suape

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O doc é construído a partir de entrevistas que escancaram a dimensão social e ambiental dos danos causados. (Foto: PH Silva/Divulgação).

Dirigido pela jornalista Débora Britto, o documentário Sangue: vidas e lutas quilombolas em defesa do rio ganha estreia online nesta quarta-feira (5). O curta-metragem conta a história da Ilha de Mercês, comunidade quilombola ameaçada pelos impactos da construção do Porto de Suape. A produção é uma realização do Fórum Suape, que, desde 2011, atua junto às comunidades atingidas na defesa de seus direitos territoriais.

No ano de 2007, a Ilha de Mercês, em Ipojuca, viu seu Rio Tatuoca ser cortado ao meio por um dique de enrocamento. Construída para ser uma via de acesso provisório ao Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Industrial Portuário de Suape, a obra suprimiu o fluxo natural da maré e trouxe como consequências a destruição da vegetação de mangue, o desaparecimento de diversas espécies de animais e o comprometimento da subsistência de toda a comunidade, que vivia da pesca.

A partir dos relatos de moradores e pesquisadores, o documentário revela a dimensão do dano social e ambiental, ao mesmo tempo em que evidencia uma potente articulação comunitária de resistência frente às investidas do Porto de Suape. “Abordamos a história, a identidade, o processo de violação de direitos e a perspectiva de luta. Contar essa história é uma forma de preservar a memória e inspirar outras pessoas”, explica a diretora.