Segredo bem guardado do indie, Hundred Waters explora electro e folk em novo disco
A banda norte-americana Hundred Waters milita no rock experimental com aquela certeza de que sacrifica diversas benesses para se entregar em uma busca por paisagens mais difíceis, mas recompensadoras para quem acerta descobertas inovadoras. O mesmo podemos dizer dos ouvintes que se jogarem neste The Moon Rang Like A Bell, segundo trabalho do grupo.
Depois da estreia em 2012, onde já afirmaram seu interesse em propor desconstruções no folk-rock e na música eletrônica, eles retornam neste segundo e mais bem coeso disco. Com a voz tipo angelical de Nicole Miglis, o grupo oscila entre passagens calmas, com loops de piano (“Broken Blue”), para momentos de tensão e desespero (“Cavity”). Tudo ajudado por uma produção impecável, que não deixa uma única batida ou acorde fora do lugar.
Quem conseguir encontrar benefícios nesses experimentos pop do Hundred Waters vai se deparar com muitas das músicas mais belas lançadas este ano, como a melancólica “Murmurs”. Ainda que o disco não consiga segurar a mesma energia do seu início, o álbum é um trabalho bastante consciente da sua função em avançar barreiras. Por isso, nada de concessões fáceis do rock que estamos acostumados. Bom descobrimento pra você.
HUNDRED WATERS
The Moon Rang Like A Bell
[OWSLA, 2014]
Nota: 8,0