Crítica: A Aventura de Kon-Tiki, de Joachim Rønning e Espen Sandberg

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Em Kon-Tiki cada cena é um deslumbre tipo esse (Divulgação)
Em Kon-Tiki cada cena é um deslumbre tipo esse (Divulgação)
Em Kon-Tiki cada cena é um deslumbre tipo esse (Divulgação)

A natureza é tão temida quanto admirada em A Aventura de Kon-Tiki

O longa A Aventura de Kon-Tiki é uma boa oportunidade para quem quer descobrir um novo modo de contar uma história épica além do que Hollywood já mostrou em toda sua pompa (e pretensão). O filme conta a saga do explorador noruguês Thor Heyerdahl (Pal Sverre Hagen), que em 1947 conseguiu convencer investidores e cientistas a partir com um grupo de aventureiros em uma viagem de balsa de madeira da Polinésia ao Peru. Ele queria provar que povos americanos povoaram a Polinésia – e não asiáticos como era o senso comum da época.

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Ninguém acreditou que isso fosse possível que alguém conseguisse atravessar o Oceano Pacífico, então Thor decidiu fazer ele mesmo a travessia. A ideia seria usar uma balsa feita do mesmo modo que os possíveis exploradores originais fizeram. O longa foi o representante da Noruega no Oscar do ano passado (vencido por Amor, de Michael Haneke) e fez sucesso em seu país natal. Por aqui tem um lado simpático por tratar de uma história real sem tanta pompa como Hollywood costuma fazer.

A maior curiosidade sobre o filme é que ele teve a maior parte de suas cenas filmadas duas vezes, uma em inglês e outra em norueguês. A estratégia visou uma maior penetração em mercados fora da Escandinávia. A H20 Filmes, distribuidora que lança o filme aqui optou pela versão falada em inglês.

Os diretores Joachim Rønning e Espen Sandberg se basearam em um documentário sobre a expedição feito nos anos 1950, que fez a fama de Heyerdahl. As imagens são impressionantes e acabam desviando um pouco a atenção do drama dos personagens. Há um desejo na direção em focar no ambiente como maior vilão dos desbravadores. E é aqui que reside o defeito do filme: faltou mais profundidade no particular dos personagens, no plano mais psicológico. A narrativa compensa essa parte dramática um tanto fraca com boas cenas de tensão (há tubarões a espreita, logo avisando) e a natureza, que está ali para ser contemplada e temida. [Paulo Floro]

kontikiA AVENTURA DE KON-TIKI
De Joachim Rønning e Espen Sandberg
[Kon Tiki, DIN/NOR, 2012]
Com Pål Sverre Valheim Hagen, Anders Baasmo Christiansen

Nota: 7,5