Banda de Pífanos Caju Pinga Fogo lança segundo álbum com referências à cultura popular nordestina

Gravado em Petrolina, “DETRÁS DA SERRA” marca nova fase do grupo piauiense e será acompanhado por documentário

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Foto: Jonathan Dourado/Divulgação.

A Banda de Pífanos Caju Pinga Fogo, criada em Teresina (PI) em 2016, lançou seu segundo álbum de estúdio, intitulado DETRÁS DA SERRA. Gravado em Petrolina, no sertão pernambucano, o novo trabalho reúne dez faixas autorais e marca uma nova fase na trajetória do grupo, que se aproxima dos dez anos de atividade.

O álbum é resultado de uma imersão artística de uma semana no estúdio Casinha Lab, do engenheiro de som Iago Guimarães. Durante o processo, os integrantes vivenciaram o cotidiano da cidade e integraram elementos dessa experiência à produção musical. “Iago ajudou muito no processo mais objetivo do que a gente queria do nosso som. Além disso, a vivência em Petrolina, tomando banho no velho Chico, tocando em mercados da cidade, tudo isso influenciou no processo de produção do álbum e sua criação artística”, afirmou Leo Mesquita, pifeiro da banda.

Com composições de Tauana Queiroz, Leo Mesquita e Maguim do Pife — um dos fundadores do grupo —, o disco percorre ritmos tradicionais do Nordeste como marcha, sambada, baião e forró. Há também uma música da pifeira Joane Faustino e uma homenagem ao mestre de samba chula João do Boi, do Recôncavo Baiano.

Segundo Tauana Queiroz, zabumbeira e uma das compositoras do álbum, o lançamento simboliza um momento de transformação para a banda. “Esse álbum é um novo começo, ao mesmo tempo que é a junção dos anos de experiência que temos enquanto banda e troca com pessoas e público. Ele inaugura uma visão sobre o que a gente quer propor para as pessoas”, declarou.

Banda De Pifanos Caju Pinga Fogo Por Jonathan Dourado
Foto: Jonathan Dourado/Divulgação.

A entrada do músico Beto Boreno no segundo pífano reforça esse novo ciclo, que une amadurecimento musical e compromisso com a valorização dos saberes tradicionais. “A produção desse álbum vem num momento de mudança da banda, não apenas de integrantes, mas da nossa vivência com a música regional, o pífano, os elementos percussivos. São 9 anos de banda, então nosso olhar sobre os instrumentos está mais maduro. Isso refletiu no fechamento dos arranjos, nas escolhas das músicas e eu acho que o resultado ficou verdadeiro e tem muita entrega de cada um”, disse Javé Montuchô, responsável pelas caixas e tarol.

A identidade visual do álbum também foi construída a partir da experiência em Petrolina. A capa foi criada por Rafaela Gomes, artista visual e percussionista do grupo. “Eu imaginei a capa como uma pintura, mas foram vários processos ao longo dos meses até eu voltar para ela. Depois foi para a digitalização. Neste período de produção, também pensei em usar colagens, que ficaram mais evidentes depois da pintura digitalizada. A capa foi feita após todo o período de gravação das músicas, o que foi bom porque a vivência influenciou no resultado final”, comentou.

O projeto foi viabilizado por meio do Sistema de Incentivo Estadual à Cultura (SIEC – PI) e contou com patrocínio do Armazém Paraíba. Além do álbum, que já está disponível nas plataformas digitais, a banda também prepara o lançamento de um documentário com imagens do processo de gravação.