A estudante Malala Yousafzai tinha apenas 15 anos quando levou um tiro na cabeça de militantes do Talibã na saída de sua escola, em um ônibus escolar, no Paquistão. Era sua punição por estudar. No extremismo islâmico, apenas os meninos possuem o direito ao ensino. Ela também mantinha um blog divulgado pela BBC desde seus 12 anos, época em que as aulas para meninas foram suspensas em seu vilarejo.
Naquele 9 de outubro de 2012, poucos acreditavam que Malala pudesse sobreviver. Mas ela saiu do hospital e passou a lutar com todas as suas forças para defender os direitos das crianças a estudar. Chegou a falar na Organização das Nações Unidas, em Nova York e recebeu no ano passado o Prêmio Nobel da Paz. Agora, sua história foi transformada em um livro infantil, que sai este mês pela Companhia das Letrinhas, selo infantil da Companhia das Letras.
Escrito por Adriana Carranca e com desenhos de Bruna Assis Brasil, o livro inaugura no Brasil um gênero ainda pouco comum, que é o livro-reportagem para crianças. Com linguagem acessível, mas sem omitir fatos da vida da jovem, a obra serve para trazer aos pequenos debates sobre intolerância religiosa, direitos humanos, ativismo e machismo e Oriente. Para ajudar na compreensão dos leitores mirins brasileiros, Adriana ainda faz referências a histórias clássicas da literatura infantil, como João e Maria.
“Recebi o convite para escrever um livro sobre Malala pouco depois do atentado contra ela. A ideia inicial era escrever para o público adulto”, explicou Adriana no blog oficial da Companhia. “Mas, na medida em que eu conheci mais e mais sua história, tornou-se impossível ignorar a mensagem poderosa e transformadora que ela traz às crianças”. Acostumada a cobrir áreas de conflito como Afeganistão, Sudão do Sul, Uganda e países muçulmanos como Irã e Indonésia para fazer reportagens, Adriana voltou ao Paquistão duas semanas após Malala ter levado um tiro, em 2012.
Malala – A Menina Que Queria Ir Para a Escola tem 96 páginas e custa R$ 29,90.