Revista Mina de HQ chega à quarta edição: “nosso papel é dar um chacoalhão no mercado”

A edição, que está em pré-venda no Catarse até o dia 23 de outubro, traz capa de Gegê Schall

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Capa aberta da Mina de HQ. (Divulgação).

A revista Mina de HQ, publicação com foco na produção em quadrinhos feita por mulheres cis, pessoas trans e não binárias, anunciou a chegada do seu quarto número. A edição, que está em pré-venda no Catarse até o dia 23 de outubro, traz capa de Gegê Schall, autora da HQ Made in Korea.

A Mina de HQ tornou-se marco importante no cenário de quadrinhos no Brasil pelo impacto que trouxe em relação à representatividade, mas também na cobertura e divulgação de HQs. Trata-se de uma área da cultura ainda muito marcada pelo machismo e dominado por autores homens e cis. Criado pela jornalista e editora Gabriela Borges, a publicação foi homenageada por prêmios como HQMix e Ângelo Agostini e ganhou indicação ao Prêmio Jabuti na categoria de incentivo à leitura.

“Acho que o papel da Mina é dar esse chacoalhão, essa cobrança para os organizadores de eventos e editores, de mostrar o papel da diversidade”, diz Gabriela Borges, em entrevista à Revista O Grito!. “Não sei o quanto o mercado está disposto a mudar, mexer nas estruturas machistas, sobretudo em um país patriarcal como o Brasil, mas acho que um projeto como a Mina de HQ e as validações de prêmios e realizações faz com que a diversidade ganhe mais importância”, completa.

capa mina

Nesta nova edição, participam com tirinhas exclusivas artistas como Grazi Fonseca, Marília Marz, PriWi, Raquel Teixeira, Helena Cunha e Raphaela Corsi. Além disso, a revista traz histórias inéditas mais longas, uma com roteiro de Milena Azevedo e arte de Sophia Andreazza e outra assinada por Magô Pool.

Gegê Schall, que assina a capa, ainda apresenta uma HQ inédita. “Acho o trabalho da Gegê muito incrível, que admiro bastante. Ele propõe um debate muito interessante, que está muito alinhado com a Mina de HQ”, diz Borges. “Também acho importante poder contar com uma artista trans, com grande reconhecimento no mercado internacional.”

Entre os textos publicados estão uma reflexão sobre a importância da curadoria com foco em diversidade em eventos e prêmios de HQs, uma entrevista ilustrada com a letrista Lilian Mitsunaga e um artigo sobre a PerifaCon, a convenção nerd das favelas, escrito por Andreza Delgado. A edição conta ainda com a participação de pesquisadoras, jornalistas e editoras como
Daniela Marino, Carol Ito, Anne Ribeiro, Gabriela Güllich e Nara Bretas.

É possível adquirir a revista por valores a partir de R$ 20 (exemplar digital) e R$ 35 (exemplar impresso). Os apoios variam de acordo com os pacotes de recompensas exclusivas e podem chegar até R$ 245.