Documentário “Toda Noite Estarei Lá” revela a coragem de uma mulher trans em sua luta pela expressão da fé

Dirigido por Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, o longa chega aos cinemas em 30 de maio

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Foto: Divulgação.

No dia 30 de maio, os cinemas receberão um relato de resistência e perseverança com o lançamento do documentário Toda Noite Estarei Lá. Sob a direção de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, a obra acompanha Mel Rosário, uma mulher trans de 58 anos, em sua batalha contra a discriminação e a violência transfóbica.

Filmado ao longo de quatro anos, entre 2018 e 2022, o documentário revela a vida de Mel após ela sofrer uma agressão transfóbica dentro da igreja evangélica que costumava frequentar. Determinada a reivindicar seus direitos e a expressar sua fé, Mel decide confrontar a instituição que a proíbe de participar dos cultos, posicionando-se corajosamente em protesto diante de suas portas todas as noites.

As diretoras contam que conheceram Mel por meio de uma pequena participação no filme de um amigo, Thiago Moulin, que aqui assina a produção executiva. “Depois desse encontro ele ficou muito impactado com a história dela e produziu um curta-metragem contando seu caso com a igreja. Nesse processo ele se deu conta que a história da Mel renderia um longa metragem mas entendeu que não dirigiria o filme, e precisava encontrar alguém para assumir a direção desse novo projeto. Nessa época a gente estava com o Transvivo (um curta sobre transmasculinidades) no circuito de festivais. Ele então fez o convite para dirigir o documentário”, contam as cineastas.

A jornada de Mel, retratada em Toda Noite Estarei Lá, não é apenas uma história individual, mas uma representação dos desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAP+ em um contexto de ultra conservadorismo e intolerância. 

“A Mel é uma travesti defensora dos direitos humanos. Ela enfrenta todos os dias uma sociedade que oprime e desumaniza pessoas LGBTQIAP+. Muita gente se apoia nos discursos fundamentalistas de algumas igrejas para justificar a LGBTFOBIA. A gente costuma dizer que a Mel é uma outsider tanto no contexto da igreja e da religião com  a qual ela se identifica, porque essa igreja não acolhe pessoas como ela,  quanto no contexto progressista que tem extrema dificuldade de dialogar com as religiões neo pentecostais, por exemplo”, explicam Suellen e Tati.

O impacto do filme não passou despercebido nos festivais de cinema, onde foi agraciado com prêmios em diversas categorias, incluindo Melhor Direção e Melhor Atuação no Olhar de Cinema 2023, além de Melhor Atriz, Melhor Trilha Sonora e Melhor Direção de Arte no 17o For Rainbow. Sua exibição em festivais, como o Mix Brasil, Festival do Rio e Wicked Queer: The Boston LGBT Film Festival nos Estados Unidos, solidificou seu status como uma obra importante e relevante.

Confira o trailer: