Crítica-HQ: Lugar Nenhum, adaptação da obra de Neil Gaiman, encontra brilho próprio

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Esta adaptação do best-seller de Neil Gaiman, Lugar Nenhum, conseguiu sua dose de relevância por conta da busca de uma autoralidade própria, sobretudo por conta da arte de Glenn Fabry, autor mais conhecido por suas capas de Preacher. Adaptar uma obra aclamada para os quadrinhos sempre é arriscado, ainda mais quando se trata de Gaiman, escritor que será para sempre associado aos quadrinhos por conta de clássicos como Sandman e Livros da Magia. Praticamente todos os seus livros ganharam versão em HQ, com resultados bem variados.

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Lugar Nenhum se destaca por buscar sua própria voz, em uma narrativa que busca soluções criativas para imaginar uma Londres cheia de situações surreais. Mike Carey (de Hellblazer) sabe conduzir bem essa trama que mistura fantasia e suspense. A história traz Richard Mayhew, um cara normal que tem sua vida transformada com a chegada de Porta, uma misteriosa jovem que vem da Londres Abaixo, um local bizarro que fica no subterrâneo da capital inglesa. O argumento segue bem o padrão artístico de Gaiman, autor que costuma misturar bem doses de erudição, bairrismo britânico, literatura e cultura pop, em doses palatáveis e divertidas.

Essa ótima HQ foi publicada no Brasil na extinta revista mensal Vertigo e aqui ganha um formato encadernado em capa dura (ainda bem que a Panini conseguiu deixar o livro abaixo da linha dos R$ 100, o que é de se comemorar).

LUGAR NENHUM
De Mike Carey e Glenn Fabry
[Panini, 224 páginas, R$ 67 / 2018]