Crítica – Disco: Future Brown | Future Brown

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Foto: Divulgação.
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Estreia do Future Brown está aquém da importância de seus integrantes

O disco de estreia do Future Brown é um daqueles casos de ótima ideia mal executada. Formado por artistas visuais e produtores com ascendência asiática, a banda criou uma expectativa de uma música que trouxesse novos conceitos e driblasse convenções do pop. Mas o que vemos foi uma rendição às diversas convenções e clichês do dance e hip hop.

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Formado por Fatima Al Qadiri, J-Cush, e a dupla Asma Maroof e Daniel Pineda do Nguzunguzu, o Future Brown surgiu como uma proposta sarcástica contra a produção atual da cena eletrônica de Los Angeles, onde eles estão baseados. Até o logo do grupo faz uma referência debochada ao Facebook. Eles contam com a repercussão de seus trabalhos solo.

Fatima Al Qadiri lançou um elogiado disco conceitual no ano passado. Já J-Cush é tido como um dos DJs mais inovadores do dance atual e o Nguzunguzu tem explorado ritmos étnicos dentro da busca por mais experimentação na música eletrônico. Juntos, como Future Brown, os músicos parecem mais comedidos, com um trabalho bastante polido e sem o ímpeto que mostraram até aqui, individualmente.

Faltou um direcionamento, uma carta de intenções mais clara. As 11 faixas do disco parecem perdidas, como rascunhos de algo que poderia ter ido além. “Dangerzone”, com Kelela, é uma das mais interessantes, mas nada diferente do que já vimos a cantora fazer. “Big Homie” parece mais uma sobra de Asiatisch, ótimo álbum de Fatima, lançado no ano passado. Musicalmente o trabalho é bem diversificado e funciona como uma curadoria de sons emergentes na cena dance atual. Mas como obra, está aquém da relevância de seus integrantes. [Paulo Floro]

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Future Brown
[Warp, 2015]

5,5