LGBTQIA+
Mulher trans, negra e periférica, a artista pernambucana fez carreira inspirada pelas divas da MPB
Muito antes das paradas da diversidade e movimentos de afirmação política, membros da comunidade LGBTQIA+ eram retratados de maneira jocosa nas páginas de jornais por uma existência que desafiava a norma padrão vigente. Porém, a mesma imprensa que ajudou a sedimentar a LGBTfobia na sociedade também deu espaço para que gays, lésbicas e travestis fossem à luta por mais direitos e tivessem sua cidadania reconhecida
Com um absurdo tom moralizante, as matérias dos anos 1960 e 70 conclamavam a indignação popular contra quem ousava assumir um amor LGBT
Usando termos depreciativos, matérias dos jornais nos anos 1960 e 70 associavam gays e travestis ao crime e reverberavam um julgamento moral que ampliava a violência contra esse grupo
Enquanto as travestis eram perseguidas, blocos de homens com fantasias femininas como as Virgens do Bairro Novo eram louvados pela imprensa
Durante uma década, travestis tentaram realizar bailes, mas nunca conseguiram a liberação. Autoridades alegavam que iniciativa atentava contra a moral e os bons costumes e jornais assinavam embaixo
Por atuar como transformista, clubes sociais não aprovavam o reinado do ator Wilton Mendez
Jornais poucas vezes deram voz aos homossexuais e travestis, duramente perseguidos pelas forças de segurança pública nos festejos do Carnaval das décadas de 1960 e 1970
Por ter a defesa da liberdade gay como uma de suas plataformas eleitorais, o candidato a deputado federal Baiardo de Andrade Lima era considerado folclórico pelos jornais