Animage começa esta semana com estreia de Marcelo Marão, Mostra Africana e animação tcheca

Ao longo da semana, o evento ocupa o Teatro do Parque, Cinema da UFPE e Cinema da Fundação do Derby com entrada gratuita

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Bizarros Peixes das Fossas Abissais de Marcelo Marão. (Divulgação).

O Festival Internacional de Animação de Pernambuco – Animagedá início a sua 13ª edição às 19h desta terça-feira (3), em cerimônia de abertura no Teatro do Parque, no Centro do Recife, que já exibe as duas primeiras obras da programação que vai até o domingo (8).

O evento deste ano destaca a produção inventiva do cineasta brasileiro Marcelo Marão (que ganha mostra retrospectiva e exibe seu primeiro longa) e apresenta janelas para produções de países como Repúblico Tcheca, Camarões e Portugal.

Ao longo da semana, o evento também ocupa o Cinema da UFPE e do Cinema da Fundação do Derby para exibir curtas e longas de uma variedade de países e autorias para todos os gostos e públicos. É válido lembrar que todas as sessões do Festival são gratuitas.

A Revista O Grito! fará a cobertura diário do festival, com críticas, comentários e entrevistas ao longo desta semana.

O Animage este ano trouxe um total de 135 obras de animação de 45 países ao Recife – escolhidos a dedo em meio a cerca de 1.700 inscrições. Destes, apenas sete são longas, cujas exibições foram distribuídas ao longo da semana, tirando proveito das salas à disposição.

Os selecionados foram os brasileiros Bizarros Peixes das Fossas Abissais (2023), de Marcelo Marão, e Placa-mãe (2023), de Igor Bastos; o português Os Demônios do Meu Avô (2022), de Nuno Beato; o camaronês La Grotte Sacrée (2023), de Daniel Minlo e Masso Cyrille; o tchecoslovaco Velhas Lendas Tchecas (1953), de Jiří Trnka; o francês Le Petit Nicolas (2022), de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre; e o alemão Johnny & Me (2023), de Katrin Rothe – que também participa do masterclass “Animação Cut Out e Política” que acontece na sexta-feira (6), às 15h30, no Cinema da Fundação (Derby).

Mas o foco maior da programação, como de praxe, está nos curtas-metragens, protagonistas das oito mostras promovidas pelo Festival: as Mostras Competitivas, Infantis, Argentina Our Fest, Africana, Brasil, Retrospectiva Marão, Hermínia Tyrlová e Erótica – uma das mais esperadas todos os anos. E como não poderia ser diferente, brasileiros são destaque no evento, correspondendo a 25 dentre os 128 trabalhos selecionados, com a França logo atrás, com 14 obras escolhidas.

Animage
O longa alemão Johnny & Me. (Divulgação).

Justamente pela diversidade de trabalhos e autores, a curadoria do evento não poderia ter sido realizada através do olhar de um único profissional. A Mostra Competitiva deste ano foi assinada por comissão composta por Julio Cavani, Nara Aragão (responsável também pela Mostra Erótica), Radhi Meron, Pâmela Peregrino e Chia Beloto. O evento também convidou Kalor Pacheco e Paola Becco para selecionar as obras da Mostra Africana e do Argentina Our Fest, respectivamente.

“O Festival, a cada ano, busca uma combinação entre conteúdo, originalidade e autoria. Isso conduz o acompanhamento do que é lançado no mundo ao longo do ano. É um trabalho incessante que atravessa todos os meses e culmina nos dias de projeções”, disse Julio Cavani sobre o processo de seleção dos filmes exibidos.

A cuidadosa curadoria de um festival como o Animage é essencial para que os cineastas e suas obras tenham oportunidades de serem expostos a uma plateia expressiva, uma vez que não costumam ser o conteúdo priorizado pelas salas de cinema comercial, e nem sempre possuem cacife para sustentar as próprias exibições.

“O público viverá experiências sensoriais únicas proporcionadas por filmes que dificilmente poderão ser vistos em salas de cinema em outras oportunidades”, adiantou Cavani.

Noite de abertura do Animage

O Animage não quis nem fazer suspense com a estreia de seu convidado de honra, o diretor Marcelo Marão, cujo primeiro longa-metragem – Bizarros peixes das fossas abissais (2023) – encabeça a abertura do evento com direito a bate-papo em sequência.

Apesar de estar desbravando um formato diferente, Marão está bem longe de ser iniciante, tanto que ganhou uma mostra retrospectiva para chamar de sua – uma oportunidade para quem ainda não o conhece, desfrutar de seu trabalho.

“Marão é uma figura icônica do cinema brasileiro”, elogiou o curador Julio Cavani, que também assina a